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ARTES PLÁSTICAS
Serão 36 obras em bronze do artista catalão
Esculturas surrealistas de Miró vêm pela primeira vez ao Brasil
free-lance para a Folha
A Fundação Maeght francesa e
o Consulado Geral da França
anunciaram que trarão ao Brasil
uma mostra inédita do artista
plástico espanhol Joan Miró. São
36 esculturas de bronze, cinco
pinturas e 13 obras em papel de
uma fase menos conhecida, correspondente às décadas de 60 a
80, em que Miró se dedicou a esculpir. O artista ganhou fama no
pós-guerra ao participar, principalmente na pintura, do movimento surrealista, fazendo ilustrações para os textos que definiriam o movimento, como os de
Tristán Tzara (1896-1963), poeta e
escritor que começou dadaísta e
tornou-se um dos maiores nomes
do surrealismo.
A previsão é de que a mostra esteja aberta em agosto, em São
Paulo, seguindo depois para o Rio
e Curitiba. Não está decidido ainda que lugar abrigará as obras.
Mas, como o espaço a ser ocupada será grande dado ao número
expressivo de obras, os organizadores acreditam que o Masp, o
MAM ou a Pinacoteca do Estado
são os mais indicados.
Detentora das obras que serão
expostas, a Fundação Marguerite
e Aimé Maeght é de direito privado e organiza mostras na França e
no exterior a partir de seu prestigiado acervo de 6.000 obras do século 20. De Cézanne a Basquiat,
ela tem peças de Pierre Bonnard,
Alexander Calder, Marc Chagall,
Vassili Kandinsky, Fernand Léger, entre outros.
Não é a primeira vez que a Fundação atua no Brasil. Na última
Bienal, em 1998, ela emprestou
obras de Alberto Giacometti para
a sala que abrigou as obras do escultor italiano.
As peças mais famosas que poderão ser vistas são as esculturas
"Carresse d'un Oiseaux Coloreux" (67), "Constellation Silencieuse" (70) e "Femme et Oiseaux" (72).
Miró fez, sob patrocínio da Fundação, o "Labirinto", em conjunto com os ceramistas Josep Llorens Artigas e Joan Gardy Artigas.
Foi um dos produtos de uma parceria que durou 20 anos e resultou
em 140 esculturas, 70 desenhos e
oito pinturas, além de uma enorme tapeçaria e cerâmicas.
Foi Miró também quem sugeriu
aos Maeght um amigo seu, o arquiteto José Luis Sert, responsável
pela planta da sede da fundação,
inaugurada em Saint Paul, em 28
de julho de 1964.
Sem apoio estatal, a Maeght
atrai 250 mil visitantes por ano
com exposições como "O Museu
Imaginário de André Malraux",
misto de artes plásticas e literatura que foi sucesso na França.
Além de várias instituições na
Europa, com quem a fundação
tem vínculos antigos e está sempre promovendo obras, a Maeght
já atuou nos EUA e Japão.
Segundo a adida cultural do
consulado francês no Brasil, Agnes Nordmann, trata-se de uma
oportunidade de se conhecer o todo o trabalho da Maeght, que
também publica livros de reproduções, monografias e outros textos de artistas famosos, como "Os
Cadernos de Braque", escritos pelo próprio artista.
(DEMETRIUS CAESAR)
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