São Paulo, quinta-feira, 05 de maio de 2005

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ERUDITO

Última apresentação da ópera baseada em obra de Goethe em SP foi em 1950; desta vez terá o tenor Li Vigne

Nova temporada da Osesp traz "Fausto" e clássico de Bach

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado) inicia hoje uma programação mensal de extrema felicidade. Montará na semana que vem, em versão de concerto, a ópera "Fausto", do compositor francês Charles Gounod (1918-1993). E, no final do mês, a "Paixão Segundo São Mateus", de Johann Sebastian Bach (1685-1750).
As duas produções serão feitas em três récitas (quinta, sábado e segunda), em razão da demanda previsivelmente elevada de ingressos. A primeira terá a regência de John Neschling, a segunda, de Roberto Minczuk.
Maio se completa com dois outros programas. Entre hoje e sábado Minczuk fará a "Cherazade", de Rimski-Korsakov, e mais o "Concerto nº 1", para violino, de Karol Szymanowski, com Glenn Dicterow, o "spalla" da Filarmônica de Nova York dos áureos tempos de Leonard Bernstein.
Nos dias 19, 20 e 21, o regente será Frank Shipway, titular da Filarmônica de Zagreb, com Richard Wagner, Antonin Dvorak e Edward Elgar. A solista será a violoncelista francesa Anne Gastinel.
Mas vejamos o "Fausto", estreado em Paris em 1859 e que retoma o mito retrabalhado por Goethe, sobre o sábio que vende a alma ao demônio (Mefístoles). É uma obra desconhecida para o público paulistano com menos de 70 anos. Em seu livro ainda inédito sobre a ópera em São Paulo, o pesquisador Sérgio Casoy constata 33 produções entre 1879 e 1923. A 34ª e última ocorreria apenas em 1950, no Teatro Municipal.
O trio de principais solistas será desta vez integrado pelo tenor americano Gioacchino Li Vigne, pelo baixo italiano Francesco Ellero D"Artegna e pela soprano romena Leontina Vaduva.
Completam o elenco quatro cantores brasileiros: os barítonos Rodrigo Esteves e Michel de Souza e as mezzo-sopranos Denise de Freitas e Carolina Faria.
Quanto à "Paixão Segundo São Mateus", a Osesp a interpretou pela primeira vez, após sua reestruturação, em abril de 1999, sob a regência do austríaco Martin Sieghart. Minczuk, que a regerá agora, fez em abril de 2002 uma antológica "Paixão Segundo São João", em que Bach também narra as últimas horas de Cristo.
Os solistas vocais integram o topo das opções européias para o repertório barroco, como a soprano e a mezzo-soprano alemãs Sibylla Rubens e Ingeborg Danz, que trabalham com Helmuth Rilling no Bach Collegium de Stuttgart, os tenores americanos James Taylor e Thomas Cooley, o baixo-barítono e o barítono alemães Jochen Kupfer e Thomas Bauer.
A "São Mateus" (catálogo BWV 244) é uma das obras corais monumentais escritas por Bach nos 27 anos finais de sua vida, em Leipzig. É também, no repertório sacro, uma das duas peças mais conhecidas, ao lado do "Messias", de Haendel. Ela foi composta para a Sexta-Feira Santa de 1729 e tem em sua versão original 78 partes (recitativos, árias, corais).


Orquestra Sinfônica do Estado
Onde:
Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, SP, tel. 0/xx/11/3337-5414)
Quando: "Fausto": dias 12 e 16, às 20h e dia 14, às 16h30; "São Mateus", dias 26 e 30, às 20h e dia 28, às 16h30
Quanto: R$ 25 a R$ 79


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