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ERUDITO
Última apresentação da ópera baseada em obra de Goethe em SP foi em 1950; desta vez terá o tenor Li Vigne
Nova temporada da Osesp traz "Fausto" e clássico de Bach
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Osesp (Orquestra Sinfônica
do Estado) inicia hoje uma programação mensal de extrema felicidade. Montará na semana que
vem, em versão de concerto, a
ópera "Fausto", do compositor
francês Charles Gounod (1918-1993). E, no final do mês, a "Paixão Segundo São Mateus", de Johann Sebastian Bach (1685-1750).
As duas produções serão feitas
em três récitas (quinta, sábado e
segunda), em razão da demanda
previsivelmente elevada de ingressos. A primeira terá a regência de John Neschling, a segunda,
de Roberto Minczuk.
Maio se completa com dois outros programas. Entre hoje e sábado Minczuk fará a "Cherazade",
de Rimski-Korsakov, e mais o
"Concerto nº 1", para violino, de
Karol Szymanowski, com Glenn
Dicterow, o "spalla" da Filarmônica de Nova York dos áureos
tempos de Leonard Bernstein.
Nos dias 19, 20 e 21, o regente será Frank Shipway, titular da Filarmônica de Zagreb, com Richard
Wagner, Antonin Dvorak e Edward Elgar. A solista será a violoncelista francesa Anne Gastinel.
Mas vejamos o "Fausto", estreado em Paris em 1859 e que retoma
o mito retrabalhado por Goethe,
sobre o sábio que vende a alma ao
demônio (Mefístoles). É uma
obra desconhecida para o público
paulistano com menos de 70
anos. Em seu livro ainda inédito
sobre a ópera em São Paulo, o
pesquisador Sérgio Casoy constata 33 produções entre 1879 e 1923.
A 34ª e última ocorreria apenas
em 1950, no Teatro Municipal.
O trio de principais solistas será
desta vez integrado pelo tenor
americano Gioacchino Li Vigne,
pelo baixo italiano Francesco
Ellero D"Artegna e pela soprano
romena Leontina Vaduva.
Completam o elenco quatro
cantores brasileiros: os barítonos
Rodrigo Esteves e Michel de Souza e as mezzo-sopranos Denise de
Freitas e Carolina Faria.
Quanto à "Paixão Segundo São
Mateus", a Osesp a interpretou
pela primeira vez, após sua reestruturação, em abril de 1999, sob a
regência do austríaco Martin Sieghart. Minczuk, que a regerá agora, fez em abril de 2002 uma antológica "Paixão Segundo São
João", em que Bach também narra as últimas horas de Cristo.
Os solistas vocais integram o topo das opções européias para o
repertório barroco, como a soprano e a mezzo-soprano alemãs
Sibylla Rubens e Ingeborg Danz,
que trabalham com Helmuth Rilling no Bach Collegium de Stuttgart, os tenores americanos James
Taylor e Thomas Cooley, o baixo-barítono e o barítono alemães Jochen Kupfer e Thomas Bauer.
A "São Mateus" (catálogo BWV
244) é uma das obras corais monumentais escritas por Bach nos
27 anos finais de sua vida, em
Leipzig. É também, no repertório
sacro, uma das duas peças mais
conhecidas, ao lado do "Messias",
de Haendel. Ela foi composta para
a Sexta-Feira Santa de 1729 e tem
em sua versão original 78 partes
(recitativos, árias, corais).
Orquestra Sinfônica do Estado
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes,
s/nº, SP, tel. 0/xx/11/3337-5414)
Quando: "Fausto": dias 12 e 16, às 20h e
dia 14, às 16h30; "São Mateus", dias 26 e
30, às 20h e dia 28, às 16h30
Quanto: R$ 25 a R$ 79
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