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Niobe Xandó ganha retrospectiva
Com abertura hoje na Pinacoteca, exposição percorre cinco décadas; museu abrirá até a meia-noite
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Em cinco décadas de pintura,
a trajetória de Niobe Xandó
tem momentos figurativos,
uma fase abstracionista e, nos
anos 60 e 70, ligação forte com
as correntes européias do letrismo e do mecanicismo.
Aberta hoje até a meia-noite
por conta da Virada Cultural, a
Pinacoteca recebe a mostra
"Niobe Xandó: A Arte de Subverter a Ordem das Coisas", retrospectiva da artista paulista.
Ordenando as obras da pintora há nove anos, o curador da
mostra, Antonio Carlos Abdalla, já havia organizado três exposições de Xandó anteriormente. Só desta vez, porém,
conseguiu expor suas diferentes fases juntas. Dividiu as mais
de cem obras em 13 núcleos, começando com suas incursões
figurativas por cenas do cotidiano, a partir de 1947.
"Cada vez que começa a trabalhar um tema, Niobe caminha para uma simplificação,
para uma síntese", diz o curador, que procurou estruturar a
montagem pensando nesses
pequenos processos.
Assim, sua fase de flores
(1956-1965) vai na direção de
uma economia de traços e formas, processo que também
acontece quando pinta máscaras e bonecos. Mas o núcleo de
sua produção é mesmo aquele
que vai de meados da década de
60 até 1980, fase em que se
aproxima do letrismo.
O movimento surgira na
França, nos anos 50, liderado
pelo ex-dadaísta Maurice LeMaître. Ele conheceu Niobe em
Paris, em 1968, e a convidou para uma exposição. Mas a artista
não aderiu à corrente francesa.
"Niobe não queria estar vinculada a nenhum movimento.
Ela era livre demais para isso",
diz Abdalla.
Nascida em 1915 no interior
paulista, Xandó é portadora de
Alzheimer há mais de dez anos.
Hoje em dia, limita-se a olhar
para alguns de seus trabalhos e
achá-los "bonitos", mas não reconhece que são de sua autoria.
Na abertura (às 13h30), será
lançado um curta-metragem
sobre ela, assinado por Andradina e Pedro Mendes.
NIOBE XANDÓ: A ARTE DE SUBVERTER A ORDEM DAS COISAS
Quando: hoje, das 11h à meia-noite;
de ter. a dom., das 10h às 18h; até
24/6
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da
Luz, 2, tel. 0/xx/11/3229-9844)
Quanto: R$ 4 (grátis aos sábados)
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