São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Niobe Xandó ganha retrospectiva

Com abertura hoje na Pinacoteca, exposição percorre cinco décadas; museu abrirá até a meia-noite

GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Em cinco décadas de pintura, a trajetória de Niobe Xandó tem momentos figurativos, uma fase abstracionista e, nos anos 60 e 70, ligação forte com as correntes européias do letrismo e do mecanicismo.
Aberta hoje até a meia-noite por conta da Virada Cultural, a Pinacoteca recebe a mostra "Niobe Xandó: A Arte de Subverter a Ordem das Coisas", retrospectiva da artista paulista.
Ordenando as obras da pintora há nove anos, o curador da mostra, Antonio Carlos Abdalla, já havia organizado três exposições de Xandó anteriormente. Só desta vez, porém, conseguiu expor suas diferentes fases juntas. Dividiu as mais de cem obras em 13 núcleos, começando com suas incursões figurativas por cenas do cotidiano, a partir de 1947.
"Cada vez que começa a trabalhar um tema, Niobe caminha para uma simplificação, para uma síntese", diz o curador, que procurou estruturar a montagem pensando nesses pequenos processos.
Assim, sua fase de flores (1956-1965) vai na direção de uma economia de traços e formas, processo que também acontece quando pinta máscaras e bonecos. Mas o núcleo de sua produção é mesmo aquele que vai de meados da década de 60 até 1980, fase em que se aproxima do letrismo.
O movimento surgira na França, nos anos 50, liderado pelo ex-dadaísta Maurice LeMaître. Ele conheceu Niobe em Paris, em 1968, e a convidou para uma exposição. Mas a artista não aderiu à corrente francesa. "Niobe não queria estar vinculada a nenhum movimento.
Ela era livre demais para isso", diz Abdalla.
Nascida em 1915 no interior paulista, Xandó é portadora de Alzheimer há mais de dez anos. Hoje em dia, limita-se a olhar para alguns de seus trabalhos e achá-los "bonitos", mas não reconhece que são de sua autoria.
Na abertura (às 13h30), será lançado um curta-metragem sobre ela, assinado por Andradina e Pedro Mendes.


NIOBE XANDÓ: A ARTE DE SUBVERTER A ORDEM DAS COISAS
Quando:
hoje, das 11h à meia-noite; de ter. a dom., das 10h às 18h; até 24/6
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2, tel. 0/xx/11/3229-9844)
Quanto: R$ 4 (grátis aos sábados)


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