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TV PAGA
Operadoras investem no mercado erótico, oferecendo privacidade por meio de senhas e facilidades na compra dos programas
"Reality show" testa performances sexuais
MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Tire as crianças da sala, pois as
sessões serão só para maiores de
18 anos. A partir deste mês, as
operadoras apostam mais em
conteúdo adulto numa tentativa
de ampliar o espaço erótico no
mercado da TV paga. Uma das
novidades chega pouco antes do
Dia dos Namorados. É o "reality
show" "Adão e Eva", atração
americana em que 19 pessoas têm
suas performances sexuais testadas em busca de um prêmio de
US$ 250 mil (cerca de R$ 610 mil).
Os vencedores -um homem e
uma mulher- ganham como
prêmio a chance de estrelar um
filme pornográfico heterossexual
produzido em Hollywood, também meca da indústria pornô.
"Adão e Eva" ("The Search for
Adam and Eve") estreou há duas
semanas nos EUA, em formato
"pay-per-view", e faz parte de um
pacote de programas que se encaixa no chamado "reality X", até
então inédito no Brasil, onde também será vendido por episódio (a
uma média de R$ 15 pela DirecTV
e pela Sky).
Dos participantes, três homens
são casados ou namoram e estão
com suas companheiras no programa. Os outros 13 concorrentes
são solteiros. O perfil dos candidatos é eclético -há uma stripper, uma bancária, um gerente de
vendas, personal trainers, um eletricista e adeptos de suingue, todos ligados à pornografia.
Perfil
É o caso do eletricista Brett, que
disputa ao lado da mulher o prêmio do programa. Depois que
chega do trabalho, em Clearwater
(Flórida), ele se dedica à produção de filmes caseiros.
Gente como Brett, os amadores
(do inglês "amateurs"), são o foco
do "reality show". O perfil justifica a aquisição do "reality X" pela
DirecTV, segundo a gerente de
produto da operadora, Carolina
Oliveira, 31. "Existe muito interesse pelo voyeurismo. Temos produtos da "Playboy TV" [os programas "Vizinhas Sexies" e "Vídeos
Caseiros'] que são sucesso de audiência pelo aspecto amador que
têm, o que identifica a realidade
do espectador", analisa.
Nos primeiros episódios de
"Adão e Eva", um júri escolhe
quem serão os participantes do
programa. Segundo Brian Gross,
29, produtor-executivo da atração, foram enviadas centenas de
vídeos caseiros à produtora. Os
testes, como se estivessem numa
espécie de "Popstars" (SBT) ou
"Fama" (Globo) do sexo, foram
realizados em várias cidades norte-americanas antes de chegar aos
nomes que disputarão o prêmio.
"São todos amadores. Passamos
por várias cidades antes, e o júri
escolheu os que melhor se apresentaram", afirma.
Crescimento
O mercado erótico é um dos filões mais festejados da TV paga.
Na DirecTV, por exemplo, a disputa da fatia de "pay-per-view"
detém 50% da programação
-dividindo as atenções com filmes e eventos esportivos internacionais. Na concorrente, a Sky, segundo Ricardo Rian, 38, diretor
de programação, o conteúdo erótico gera 110 mil vendas por mês,
valor ainda menor do que as partidas de futebol e do conteúdo 24
horas do "Big Brother Brasil", da
Endemol/Globo.
Uma das cartadas do mercado é
garantir privacidade. A Sky montou um mosaico de programação
adulta que só pode ser acessado
mediante digitação de senha. Nas
demais, as programações também são bloqueadas.
Segundo as operadoras, o "pay-per-view" oferece mais privacidade, uma vez que a compra pode ser efetuada no controle remoto.
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