São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Crítica

Boçalidade guia cinema dos irmãos Farrelly

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Sem a boçalidade não existiria o cinema dos irmãos Farrelly. Ela é seu fundamento. Por isso, certa dificuldade em compreender suas comédias arrasadoras: todos nós somos, em algum ponto, um tanto boçais, de maneira que esses filmes surpreendem justamente porque parecem contrariar nossa inteligência, mas é a nossa boçalidade que atacam impiedosamente.
Vejamos se descrevendo a situação de "O Amor É Cego" (TC Light, 23h40) as coisas parecem mais claras. Hal cresceu acreditando que só deve transar com mulheres perfeitas. Ele é chato, gordo e razoavelmente feio. Está fora dos padrões, em suma. Só se dá mal.
Um dia, ele passa a sair com uma garota gordíssima e feíssima, mas a vê como um esplendor de beleza e tudo mais. À ordem idiota de só se contentar com "o melhor" (feminino) responde outra, o ditado segundo o qual quem ama o feio bonito lhe parece. Os Farrelly botam as duas besteiras para se chocar, e do choque nasce a comédia -e a luz.


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