São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Vida e morte movem "Gosto de Cereja"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A ideia principal de "Gosto de Cereja" (Futura, 23h30, não indicado para menores de 12 anos), com o qual Abbas Kiarostami ganhou a Palma de Ouro em Cannes (1997), não me parece tão interessante. Badii, o protagonista, quer se matar e precisa de alguém que o assista durante o ato.
Usando de maior precisão: não me parece tão interessante a questão da transgressão a um preceito islâmico, ou as eventuais razões do sr. Badii. Ao contrário, interessam duas coisas: a paisagem e os encontros.
Pois se o trajeto de Badii é circular (como sempre em Kiarostami), obsessivo, aqui ele se dá numa região desértica, como que uma terra usada, desnaturada pelo homem.
Ao mesmo tempo, Badii vai encontrando as pessoas e conversando com elas.
Cada uma é um mundo que se descortina a nossos olhos. Um mundo e suas circunstâncias. Badii interage com elas. A região morta, como natureza, tão parecida com Badii, se encontra com a vida.


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