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RELÂMPAGOS
Baluarte
JOÃO GILBERTO NOLL
Não havia mais o que fazer.
Estava ali na ribanceira, anoitecia. Não tinha mais como
voltar. Se desse uns passos,
ele lembrava muito vagamente, corria o risco de pisar em
campo minado, algo assim;
pois acontecia de haver campos minados até em países
sem guerra como o seu, eram
as tais manobras que o Exército vinha fazendo à beira do
rio para que não esquecessem
-não esquecessem o quê?,
ele perguntou e sentou-se como uma criança pequena, as
pernas meio dobradas, abertas, as mãos inquietas no ar.
Disse um nome misturado a
alguma baba. Atônito, viu
uma claridade de meio-dia...
Como estivera enganado esse
tempo todo! Antes de pensar
se teria por ali alguma mesa,
almoço, pôs-se de pé e bateu
continência à bandeira do outro lado, murcha...
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