São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Crítica

"Aviador" perde com gigantismo e falta de unidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ninguém dirá que "O Aviador" (HBO, 21h) é um filme irrelevante. Mas a trajetória do magnata Howard Hughes não está entre os trabalhos de Martin Scorsese que eu colocaria entre meus preferidos.
A saga de Hughes lembra muito a de Tucker, que Francis Ford Coppola dirigiu há quase 20 anos. Hughes ganha em gigantismo (no melhor e no pior sentidos da palavra), mas perde em concentração: a história atravessa décadas, abarca vários episódios da vida de Hughes, mas, apesar disso, não chega a transmitir a sensação de que dá conta de toda a sua complexidade.
Os vários episódios (da filmagem de "Hell's Angels" à construção do gigantesco avião que nunca decolou) se acumulam e dão conta do amplo espectro de paixões de Hughes: as mulheres, o cinema e, acima de tudo, a aviação. Eles nos falam de seu espírito de independência.
No entanto, falta algo que dê unidade a tudo isso. Ou talvez, Scorsese esteja certo: a vida não tem unidade, nem sentido. Por que impor um?


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