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TELEVISÃO
crítica
"O Balão Branco" fala da infância com minimalismo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"O Balão Branco" (Futura,
22h; livre) é um belo exemplo
desse minimalismo que o cinema iraniano trabalha (ou trabalhou) melhor do que qualquer outro. Ali, a menina Razieh recebe dinheiro de sua
mãe para comprar um peixe
para a celebração do Ano Novo.
Mas ela perde o dinheiro.
A partir daí temos uma odisseia. Há uma série de desproporções que o filme de Panahi
explora formidavelmente.
Por um lado, existe a menina
perdida num ameaçador mundo de pessoas grandes. Por outro, um senso de responsabilidade que contrasta com a ideia
que fazemos da infância. Nisso,
o filme explora o suspense da
situação por um hábil princípio
de não intervenção: a criança
está entregue a si mesma.
Essa neutralidade é que termina por criar uma sólida identificação do espectador com a
pequena Razieh: não seria esse
o destino de todos nós?
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