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ROCK
The Futureheads reinventa o passado
DA REPORTAGEM LOCAL
Bloc Party, Franz Ferdinand,
Rapture, Radio 4... O Gang of
Four, uma quase obscura banda
do início dos anos 80, está mais viva do que nunca na pele das novas
bandas que tomam emprestado a
sonoridade pós-punk do velho
grupo inglês. O quarteto The Futureheads chega para engrossar
essa turma, mas com uma propriedade a mais: cinco de suas
músicas foram produzidas por...
Andy Gill, o vocalista e líder do
Gang of Four.
O álbum, "The Futureheads",
saiu na Europa no final do ano
passado e chegaria agora ao Brasil
-chegaria porque a gravadora
Warner decidiu adiar o lançamento para outubro...
A presença de Andy Gill no disco é, mais do que um atestado de
reverência ao Gang of Four, uma
porta de entrada para a banda aos
anos 70.
Liderado pelo guitarrista e vocalista Barry Hyde, o Futureheads
nasceu e cresceu em Sunderland
-em maio eles até tocaram antes
do último jogo do time da cidade,
que acaba de voltar à primeira divisão do futebol inglês- e já ganhou lugar na nova leva de boas
bandas britânicas e tocou/tocará
em alguns dos maiores festivais
europeus deste ano, como o T in
the Park (Escócia), Glastonbury e
o Carling Weekend (ambos na Inglaterra).
O nome do grupo é tirado do título de um disco dos psico-freaks
Flaming Lips. Além de Gill, o disco conta com a ajuda de Paul Epworth (The Streets, Death from
Above 1979, Sons & Daughters...),
que, além de produtor, realiza
grandes remixes (Bloc Party, New
Order...).
Vem daí, talvez, os elementos
dance encontrados no furioso
rock do Futureheads. Como
"Hounds of Love", animado e
dançante cover de Kate Bush.
Ou em "Meantime" e "First
Day", que lembram muito The
Jam, com a voz na frente e guitarras quebradas dando o tom.
O Futureheads dá às suas canções uma melodia redonda, new
wave e, ao mesmo tempo, nervosa, enérgica, punk, destacando-se
nessa onda retrô do rock.
As músicas são rápidas -o disco tem 15 canções e dura 37 minutos-, parece que só entra ali o
que é estritamente necessário;
praticamente não há firulas.
Há algumas surpresas, como
"Danger of the Water", uma canção quase à capella, meio anos 50.
Mostra o Futureheads como uma
banda que não tem vergonha de
vasculhar o passado.
Mas são os anos 70 que fazem a
cabeça da banda, e eles estão na
melhor música do disco, "Decent
Days and Nigths", em que The
Jam, Blondie e Clash convivem
harmoniosamente. Já em "Carnival Kids" o Futureheads escancara suas veias punks, numa espécie
de manifesto jovem.
Mais do que um revisionismo
pop preguiçoso, o Futureheads
faz 1979 soar 2005.
(TN)
The Futureheads
Artista: The Futureheads
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 35, em média (o disco chega
às lojas em outubro)
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