São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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Moniz Bandeira recebe Juca Pato

Intelectual de 2005, historiador declarou que a queda do império americano será vertiginosa e violenta

DA REPORTAGEM LOCAL

O declínio do império americano acontecerá de forma tão vertiginosa, dramática e violenta quanto a sua ascensão. Com tal previsão, o escritor Luiz Alberto Moniz Bandeira, 70, encerrou anteontem seu discurso de quase uma hora, em agradecimento ao prêmio de intelectual do ano de 2005, o troféu Juca Pato, entregue na Academia Paulista de Letras. Em sua 44ª edição, o prêmio é uma parceria entre a UBE (União Brasileira de Escritores) e a Folha.
Participaram da cerimônia o presidente da UBE, Levi Bucalem Ferrari, o secretário estadual da Cultura, João Batista de Andrade, o crítico literário Fábio Lucas, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, Ives Gandra Martins, presidente da APL, e o secretário de Redação da Folha Vaguinaldo Marinheiro, representando o jornal.
Moniz Bandeira recebeu o troféu das mãos de Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, laureado do ano passado. O escritor iniciou sua fala fazendo uma homenagem a Antonio Rezk, morto no ano passado, quando era vice-presidente da UBE. Em seguida, passou a lembrar seus 50 anos de dedicação à vida literária e acadêmica, trajetória marcada pelo trabalho como jornalista e pela militância contra a ditadura militar, que o levou ao exílio, à clandestinidade e, por duas vezes, à prisão.

Vocação imperialista
Lançado no ano passado, "Formação do Império Americano", de Moniz Bandeira, foi a razão central da premiação. O livro fala sobre a vocação imperialista americana e serviu de lastro para a fala do historiador. Falando da "penetração" americana na política brasileira, Moniz Bandeira lembrou o suicídio de Getúlio Vargas, e como o Brasil entrou, em 1964, para a lista dos golpes engendrados em Washington.
O historiador também comparou os Estados Unidos ao Império Romano, mas fez uma ressalva: ao contrário do segundo, que ruiu após séculos de hegemonia, o Império Americano conhecerá sua queda em questão de décadas, por conta de seus crescentes déficits comercial e fiscal.
Falando sobre a beligerância americana, Moniz Bandeira culpou as guerras dos Estados Unidos no Afeganistão e Iraque ("já perdidas", frisou ele) pelo recrudescimento dos conflitos no Oriente Médio que agora atingem o Líbano.


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