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TELEVISÃO
Crítica
"Inimigo X" mostra boa relação entre EUA e Rússia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O cinema é um belo indicador das oscilações das relações
entre americanos e soviéticos.
Antes da Segunda Guerra, as
coisas iam bem e chegava-se a
falar das maravilhas da Rússia.
Em 1940, época do pacto de
não agressão entre Alemanha e
URSS, a coisa não era bem assim, e "Inimigo X" (TCM,
14h), de King Vidor, reencontra
alegremente os caminhos de
"Ninotschka" (embora menos
inspirado seja o humor).
Ali, aquele que assina "camarada X" é Clark Gable. Ele tem
de ajudar um porteiro de hotel
chantagista a tirar da URSS sua
filha, Hedy Lamarr, que, embora comunista de quatro costados, é mal vista pelo partido.
Ninguém estranhará que isso tudo evolua para a comédia
romântica. Antes da Guerra
Fria, ainda existia a possibilidade de observar a URSS sob a
ótica do humor. Depois, não
haverá espaço nem para brincar com os bigodes de Stálin.
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