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Tiago Carneiro da Cunha derrete formas em mostra
Artista exibe série de esculturas na Fortes Vilaça
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
Tiago Carneiro da Cunha
derreteu seus personagens.
Substituiu os ângulos retos da
resina pelos excessos disformes do barro. A série que mostra agora em individual na Fortes Vilaça retoma seus protagonistas clássicos: o ladrão, o pedinte, Gargântua, de Rabelais.
Mas fora dos contornos, refastelando em matéria e pigmento. São formas em estágio
larval, que parecem moldadas
só até o ponto em que sejam reconhecíveis. No lugar da definição "clean", Carneiro da Cunha
parece traduzir para as esculturas o gesto espesso da pintura.
Seus glutões, cães, filósofos e
caveiras de louça parecem saídos de uma tela de Lucian
Freud: tons calados em camadas maciças, transbordantes.
É uma regressão à indefinição, como se tivesse escancarado demais o discurso em suas
primeiras mostras, com objetos de resina translúcidos, que
pareciam cortados a laser.
Ele volta atrás, mas mantém
a dimensão contida, a escultura
como objeto de mesinha de
centro, ícone. Industrial ou larval, Carneiro da Cunha ainda
prefere sussurros dissonantes a
uma grande sinfonia histérica.
TIAGO CARNEIRO DA CUNHA
Quando: ter. a sex., das 10h às 19h;
sáb., das 10h às 17h; até 29/8
Onde: galeria Fortes Vilaça (r. Fradique Coutinho, 1.500, tel. 3032-7066)
Quanto: entrada franca
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