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A trilha sonora de Marte
da Redação
Os mais ufanistas que atirem o
primeiro pandeiro, mas tocar o
samba "Coisinha do Pai" em Marte, para despertar o robozinho Sojourner, é uma das maiores injustiças interplanetárias de que se tem
notícia, daquelas de deixar até o
agente Fox Mulder desolado.
Mais do que ecoar as vozes de Elba Ramalho e Jair Rodrigues em
solo marciano, estes tempos recentes de exploração espacial mereciam uma trilha sonora menos..., mais... roqueira.
Afinal, ao longo dos anos o rock
se mostrou o ritmo musical que
mais tem se aproximado da tese de
que nós não estamos sozinhos.
Dois grandes e frescos exemplos
estão destacados nesta página. A
banda Radiohead fez do seu CD
"OK Computer" uma obra-prima
lírica que não é deste mundo.
Corroborando o elo com nossos
vizinhos de galáxia, está lá a bela
"Subterranean Homesick Alien".
Canta Thom Yorke: "Gostaria
que esses alienígenas que pairam
sobre nós descessem tarde da noite
numa estrada, enquanto eu estivesse dirigindo. Levassem-me a
bordo da linda nave deles e me
mostrassem o mundo que eu gostaria de ver. Contaria a todos os
meus amigos, mas eles nunca
acreditariam. Mostraria a eles as
estrelas e o significado da vida".
O Spiritualized anuncia logo na
abertura de seu CD: "Senhoras e
senhores, estamos flutuando no
espaço". A frase é o título do álbum e também da canção que abre
o disco, provavelmente o primeiro
lugar nas paradas venusianas.
O clima etéreo do mais novo disco da banda de Jason Pierce, que
nos créditos do CD se auto-intitula
J. Spaceman, leva o ouvinte a uma
viagem sonora sem escalas aos
confins do universo.
Se o Sojourner acordasse ao som
de qualquer canção desses dois
CDs, o contato com os marcianos
seria mais imediato.
(LR)
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