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ARTES PLÁSTICAS
Mostra sob curadoria de Catherine David aborda ocupação de espaços urbanos por coletivos de artistas em Paris
"Squats" são alvo de exposição na França
DO ENVIADO AO RIO
A ocupação de espaços inusitados por artistas acaba de ganhar
reconhecimento em Paris, com a
exposição "Squats d'Artistes: Documents", no Palais de Tokyo.
Os "squats" são a forma que
franceses definem o movimento
de coletivos de artistas que ocupam edifícios abandonados, o
que ocorre desde a década de 80,
na França.
A exposição apresenta registros
documentais de 19 grupos no
mais recente e badalado espaço
cultural parisiense. Há mais de
500 artistas que participam de
"squats" na capital francesa.
Entretanto, segundo a curadora
Catherine David, a mostra no Palais de Tokyo tem uma função de
"pacificação".
"Vários "squats" estavam sendo
fechados pela prefeitura, e a exposição foi uma política das instituições culturais para satisfazer os
grupos e acalmar a polêmica", diz
a curadora.
"O "squat" não é uma receita internacional. O objetivo do São
Paulo S.A. não é "federar squats",
até porque a noção no Brasil é diferente da França, mas trabalhar
com grupos que atuam com o
máximo conhecimento do lugar
que ocupam", afirma a curadora,
em seu perfeito português.
Entre os grupos que o São Paulo
S.A. pretende trabalhar está o
projeto Olho SP, que até a última
quinta-feira ocupou três ambientes justamente no edifício Copan.
O grupo é formado por nove artistas formados na Universidade
de São Paulo (USP), que teve início em 1998.
O nome da intervenção no prédio de Niemeyer foi "Plano Copan". No térreo do prédio, foi instalado um balcão de informações
do grupo e das atividades no Copan, enquanto, no foyer do bloco
F, uma exposição documental
apresentava desde réplicas de
propagandas do lançamento da
construção do edifício, em 1952,
até um vídeo que propunha um
diálogo entre a galeria comercial
do Copan com as galerias de outros prédios no centro da cidade
de São Paulo, obra de Fernanda
Panaka, Flávia Yue e João Paulo
Leite.
Já na loja 48 do edifício, o grupo
realizava uma intervenção mais
radical ao transformar o pequeno
espaço comercial numa grande
instalação.
"Tivemos um apoio importante
da administração do prédio e vários moradores defendem que o
Copan seja um espaço ocupado
por artistas", diz Rodrigo Matheus, um artistas do Olho SP.
"Esse é o tipo de ação que devemos estimular", disse David, que
encontrou-se recentemente com
Matheus e hoje se reúne com o
grupo, em São Paulo.
O grupo prepara agora outra intervenção na cidade, no fim de
novembro, que se encontra em fase de definição.
(FÁBIO CYPRIANO)
O jornalista Fabio Cypriano viajou a
convite da produção da exposição "O
Outro Começa Onde Nossos Sentidos se
Encontram com o Mundo"
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