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CRÍTICA "SE NÃO NESTE TEMPO"
Exposição olha a produção alemã com lentes do passado
FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO
"Se Não Neste Tempo -Pintura Alemã Contemporânea:
1989-2010", mostra em cartaz no Masp (Museu de Arte
de São Paulo), é uma estranha forma de observar a produção de um país que passou
por tantas e tão intensas
transformações desde a queda do Muro de Berlim.
Estranha pois seleciona
apenas a pintura como possível foco para análise desse
período, quando esse tipo de
divisão há muito deixou de
ser importante para a produção contemporânea.
E, como se sabe, sempre
que se fala em volta da pintura, há uma estratégia de mercado para sustentar tal tese.
Trata-se, assim, de uma
leitura convencional e conservadora que, em tempos de
uma Bienal com a temática
arte e política e tendo como
uma das mostras paralelas a
retrospectiva de Joseph
Beuys, no Sesc Pompeia, torna a exposição na avenida
Paulista de fato anacrônica.
Não que artistas como Gerhard Richter, Albert Oehlen
ou Neo Rauch, entre os 26
"pintores" selecionados pelos curadores Teixeira Coelho e Tereza de Arruda, não
sejam signficativos no panorama internacional.
Mas eles não são os únicos
expoentes de um país que gerou nomes como Tino Sehgal, Gregor Schneider, John
Bock ou Wolfgang Tillmans.
Falar apenas de pintura,
em pleno século 21, é olhar o
presente com lentes do passado, descuido que um museu do porte do Masp não pode realizar.
SE NÃO NESTE TEMPO
ONDE Masp (av. Paulista, 1.578,
tel. 0/xx/11/3251-5644)
QUANDO ter. a dom., 11h às 18h;
qui., 11h às 20h; até 9/1/2011
QUANTO R$ 15
AVALIAÇÃO regular
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