São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

CRÍTICA "SE NÃO NESTE TEMPO"

Exposição olha a produção alemã com lentes do passado

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

"Se Não Neste Tempo -Pintura Alemã Contemporânea: 1989-2010", mostra em cartaz no Masp (Museu de Arte de São Paulo), é uma estranha forma de observar a produção de um país que passou por tantas e tão intensas transformações desde a queda do Muro de Berlim.
Estranha pois seleciona apenas a pintura como possível foco para análise desse período, quando esse tipo de divisão há muito deixou de ser importante para a produção contemporânea.
E, como se sabe, sempre que se fala em volta da pintura, há uma estratégia de mercado para sustentar tal tese.
Trata-se, assim, de uma leitura convencional e conservadora que, em tempos de uma Bienal com a temática arte e política e tendo como uma das mostras paralelas a retrospectiva de Joseph Beuys, no Sesc Pompeia, torna a exposição na avenida Paulista de fato anacrônica.
Não que artistas como Gerhard Richter, Albert Oehlen ou Neo Rauch, entre os 26 "pintores" selecionados pelos curadores Teixeira Coelho e Tereza de Arruda, não sejam signficativos no panorama internacional.
Mas eles não são os únicos expoentes de um país que gerou nomes como Tino Sehgal, Gregor Schneider, John Bock ou Wolfgang Tillmans.
Falar apenas de pintura, em pleno século 21, é olhar o presente com lentes do passado, descuido que um museu do porte do Masp não pode realizar.

SE NÃO NESTE TEMPO

ONDE Masp (av. Paulista, 1.578, tel. 0/xx/11/3251-5644)
QUANDO ter. a dom., 11h às 18h; qui., 11h às 20h; até 9/1/2011
QUANTO R$ 15
AVALIAÇÃO regular


Texto Anterior: Programação Hoje
Próximo Texto: Maestro Giancarlo Guerrero discute cultura latina na Folha
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.