LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada

"Tentação Fatal", nome estrambólico e apelativo para o filme "Teaching Mrs. Tingle", que estréia hoje nos cinemas brasileiros, poderia carregar o subtítulo "Quando Kevin Williamson Virou Vítima de Kevin Williamson".
Midas da produção cinematográfica voltada aos teens da expressiva Geração Y, a chamada "teensploitation", o produtor e renomado roteirista, o entrevistado do texto acima, escolheu a hora (e a forma) errada para arriscar sua estréia como diretor.
Williamson, 33, articulou a volta do cinema de horror para adolescentes com os bons "Pânico" e "Pânico 2" e fez fama com o esperto seriado de TV "Dawson's Creek", ao revelar para a tela grande vários atores jovens da televisão.
Hoje uma grife, Williamson mostra que se transformou em clone de si mesmo em "Tentação Fatal", repisando sem brilho em sua comunicação direta com os adolescentes, seja em versão drama como em seus seriados, seja na movimentação e sustos de seus filmes de terror.
A história de "Tentação Fatal" gira em torno de um tema universal teen, a maldita professora que conspira contra as notas altas.
A bonitinha Katie Holmes ("Vamos Nessa" e "Dawson's Creek"), de família humilde, vê em uma bolsa de estudos oferecida pelo colégio sua chance de entrar na universidade e consequentemente abandonar sua cidadezinha xarope.
Para faturar a bolsa, a menina tem de tirar a nota "A" em história. Mas no meio do caminho da personagem de Holmes terá ela mesmo, a professora de história.
O imbróglio do filme, que irá das maldades da professora à tentativa de extermínio da mesma pela turminha da garota, vai esbarrar nos sustos cansativos, na atuação nada convincente do elenco teen e na primeira direção titubeante de Williamson.
O jeito agora é esperar "Pânico 3".

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