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BNDES vai financiar co-produções de TV
Produtoras precisam ter parceiro internacional e exibição garantida no Brasil
Foco do programa é a liberação de recursos para animação e documentário; banco começará a linha com um limite de R$ 6 milhões
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) começará a financiar co-produções internacionais de TV independente. Na
semana passada, o banco aprovou uma extensão do apoio ao
audiovisual, que permite às
produtoras independentes obter financiamento e também
uma parcela de recursos não-reembolsáveis.
O foco do programa é o financiamento para animação e documentário. Segundo Luciane
Gorgulho, chefe do departamento de Economia da Cultura
do BNDES, são os setores com
maior demanda em co-produções. Projetos religiosos e noticiosos não terão acesso.
De acordo com Fernando
Dias, presidente da ABPITV
(Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão), existem cerca de 120
projetos de co-produções internacionais parados à espera
de financiamento. Segundo ele,
a partir da consolidação da TV a
cabo no Brasil, houve um aumento do número de produtoras que passaram a trabalhar
com especiais para TV e que começaram a participar de eventos internacionais.
"A produção independente
não tem muito espaço no Brasil
porque o modelo da TV brasileira é verticalizado, focado em
produção própria. Muitas produtoras têm reconhecimento
internacional, mas não têm
mercado aqui dentro. O setor
está crescendo com a TV digital
e estão sendo criadas novas
possibilidades de ampliação do
conteúdo", diz Gorgulho.
A busca por parcerias internacionais contribui para a melhor divulgação do produto no
exterior. Cada parte se compromete a arcar com uma parcela dos custos da produção.
Para a ABPITV, o problema era
a escassez de financiamento
para o setor no Brasil.
"Todo o sistema de financiamento foi feito para cinema, e
não para TV. Existem editais de
projetos para cinema da Petrobras, do BNDES, no Ministério
da Cultura, e não tinha nada
voltado para TV."
Os empréstimos para TV serão concedidos no âmbito do
Procult, linha de financiamento destinada ao setor de economia da cultura. A diferença é
que as produções terão direito
a um bônus de recursos que
não precisarão ser pagos ao
BNDES. Para animações, o percentual de bônus é de até 75%
do financiamento, e para documentários, de 50%. Em vez do
modelo de edital adotado para
o setor de cinema, o modelo será o de mercado de balcão.
O banco decidiu começar a linha com um limite de R$ 6 milhões. O teto para cada projeto
financiado é de R$ 1,5 milhão.
Esse montante se refere apenas
à parcela que não será paga ao
banco. O Procult tem orçamento de R$ 175 milhões até 2008.
Uma das exigências do
BNDES é que o produto tenha
garantia de exibição no Brasil
em TV aberta, a cabo ou pública. A expectativa é que a procura por financiamentos cresça
ainda mais com a entrada da
TV pública, que terá 40% de
programação independente.
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