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Para críticos, teoria ignora parte do capitalismo
DA REPORTAGEM LOCAL
Largamente louvada entre
empresários e, principalmente,
entre internautas, a teoria da
cauda longa e seu autor, Chris
Anderson, ganharam fama e
crédito mas também alguns adversários de respeito.
Um deles é o historiador britânico Andrew Keen, autor do
livro "O Culto do Amador - Como a Internet de Hoje Está Matando Nossa Cultura".
Grant McCracken, doutor
em antropologia pela Universidade de Chicago e ex-professor
da Harvard Business School,
diz que a teoria "é uma falácia".
Em seu blog (www.cultureby.com), ele bate sistematicamente em Anderson, que chegou a responder nos comentários. "O livro "A Cauda Longa" é
parcial. Ele dá muita atenção a
sites como Amazon, eBay e
Google e praticamente ignora o
resto do capitalismo. Anderson
pegou um dos desenvolvimentos mais explosivos do capitalismo contemporâneo para
oferecer uma única solução e
uma visão parcial. Declinou do
desafio intelectual maior", afirma McCracken.
Nos comentários do blog,
Anderson responde que usa diversos exemplos de grandes
empresas e que McCracken "ficará satisfeito em saber que a
versão 2.0 do livro sairá atualizada, com dois novos capítulos,
incluindo um sobre o mercado
da cauda longa, cheio de histórias sobre como corporações,
da Microsoft à GM, estão usando estratégias do novo mercado para mudar seu modo de
atingir consumidores".
Mercados não se encaixam
Anderson é criticado ainda
pela aplicação da teoria a quase
todo tipo de economia e de
mercado, por especialistas como Tim Wu, professor da Universidade Columbia. Anderson, que enfatiza que a indústria do entretenimento é o melhor exemplo de cauda longa,
admite que sua teoria não tem
aplicação universal.
"Alguns mercados realmente
não se encaixam na teoria, como o de carros novos nos EUA,
por exemplo. O conceito de
customização, em que você cria
um carro do jeito que quer,
simplesmente não aconteceu,
porque o aumento da variedade
dificulta o processo industrial e
causa muitos erros."
(MAC)
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