São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Meneses interpreta Edward Elgar

Com a Filarmônica de Varsóvia, o violoncelista encerra temporada da Sociedade de Cultura Artística

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ele acaba de completar 50 anos, está com disco novo e trocando as atividades no mais tradicional conjunto de câmera do planeta por um incremento de sua vida docente. O violoncelista pernambucano radicado na Suíça Antonio Meneses encerra a temporada 2007 da Sociedade de Cultura Artística.
Com a Filarmônica de Varsóvia, regida por Antoni Wit, em programa complementado, hoje, pela primeira sinfonia de Brahms e, amanhã, pela sexta de Tchaikovski, Meneses sola, em ambas as noites, no concerto para violoncelo e orquestra do compositor britânico Edward Elgar (1857-1934), peça que está em seu repertório há mais de duas décadas.
"A primeira vez que toquei isso foi com a Sinfônica de Londres, regida por Claudio Abbado", conta, em um misto de orgulho e espanto. "Quando a gente é jovem, não tem medo."
A oportunidade surgiu logo depois de Meneses vencer o Concurso Tchaikovski, em 1982. Com a orquestra britânica, ele fez uma turnê pelos EUA, incluindo Washington e o Carneggie Hall, em Nova York.
"Nessa apresentação, estava presente um jovem trompista, estudante da Juilliard School, Roberto Minczuk", relembra. Os concertos em São Paulo marcam o lançamento, pelo selo Clássicos, do mais recente CD de Meneses, em que ele toca obras de Mendelssohn, ao lado do pianista Gérard Wyss.
Em dezembro, o violoncelista entra em estúdio novamente, para gravar as sonatas de Beethoven, ao lado do pianista Menahem Pressler, 83, que fundou, em 1955, o Beaux Arts Trio, integrado por Meneses desde 98 e que será desmanchado no ano que vem, com a saída do violinista Daniel Hope.
Com o fim do trio, o violoncelista pretende se dedicar mais às aulas em Berna (a uma hora de trem da cidade em que reside, Basiléia) e à carreira solista e fonográfica. Um de seus projetos é registrar o concerto de Dvorák, com a Osesp, em junho do ano que vem.
"Grande parte das minhas gravações já não é vendida como disco, mas sim como down- load", afirma. "Tem muita gente que compra só um movimento de uma obra. Não acho ruim; mostra que as gravações não acabaram. Só mudaram os meios de distribuição."


ANTONIO MENESES E FILARMÔNICA DE VARSÓVIA
Quando:
hoje e amanhã, às 21h
Onde: Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, tel. 0/xx/11/3258-3344)
Quanto: ingressos esgotados; só há uma cota para estudantes, à venda por R$ 10, 30 minutos antes dos concertos


Texto Anterior: Resumo das novelas
Próximo Texto: Nelson Ascher: O canto das sereias
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.