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TV ABERTA
Magia de Harry Potter vem da vida na escola
Maior que o Ódio
Cultura, 16h30.
Brasil, 1951, 100 min. Direção: José
Carlos Burle. Com Anselmo Duarte. Dois
amigos de infância separam-se ao longo
da vida, mas a amizade se mostrará
ainda maior, como bem diz o título.
Cauções: Burle era, além de bom diretor,
sujeito muito inteligente. Estamos, no
mais, no setor de raridades da Atlântida:
este é um desses filmes difíceis de
encontrar e, talvez, a descobrir. P&B.
Harry Potter e a Pedra Filosofal
SBT, 20h30.
(Harry Potter and Philosopher's Stone).
EUA, 2001, 152 min. Direção: Chris
Columbus. Com Daniel Radcliffe. Harry
Potter é o jovem aprendiz de feiticeiro
que pontifica na escola de Hogwarts.
Magia à parte, o filme trata, no fundo, da
vida de crianças nas escolas. Sua maior
magia vem, certamente, daí.
Os Heróis
Bandeirantes, 20h30.
(The Guys). EUA, 2002, 85 min. Direção:
Jim Simpson. Com Sigourney Weaver.
Capitão tem de discursar no funeral de
bombeiros mortos no 11 de Setembro.
Ele pede ajuda a uma jornalista, que
aceita escrever sobre homens que nunca
viu, mas que cumpriram missão heróica
(segundo o filme). Filme nocivo na
medida em que entra em sintonia com
os propósitos do governo Bush.
Vingança à Queima-Roupa
Record, 23h.
(Point Blank). EUA, 1997, 90 min.
Direção: Matt Earl Beesley. Com Mickey
Rourke. Criminosos executam plano de
fuga durante transferência, com
posterior tomada de reféns.
A Grande Ilusão
Bandeirantes, 1h15.
(All the King's Men). EUA, 1949, 109 min.
Direção: Robert Rossen. Com Broderick
Crawford. A vida de político que cria
força e, embora provinciano, consegue
se eleger governador. Oscar de melhor
filme, mas inferior a "A Grande Ilusão",
de Jean Renoir. P&B. Legendado.
Uma Janela para o Amor
Globo, 1h30.
(A Room with a View). Inglaterra, 1985,
110 min. Direção: James Ivory. Com
Helena Bonham-Carter. Ao visitar a Itália
em companhia da tia, garota presencia
um assassinato. A outra testemunha é
um rapaz. A cena os unirá. Sólido,
empenhado, mas com toque acadêmico.
O Grande Atentado
SBT, 2h.
(Path to Paradise). EUA, 1997. Direção:
Leslie Libman e Larry Williams. Com
Peter Gallagher. Os culpados pela
explosão de 1995 no World Trade Center,
segundo agente antiterrorista de Nova
York. Um espião egípcio é contratado
para se infiltrar em grupo islâmico.
Rapaz Solitário
Globo, 3h20.
(The Lonely Guy). EUA, 1984, 90 min.
Direção: Arthur Hiller. Com Steve Martin.
Depois de levar um fora da namorada,
escritor inédito é introduzido por um
amigo (Grodin) na confraria dos
solitários de Nova York. Assunto sensível,
um comediante ora sensível, ora cômico.
Muita Sorte
SBT, 3h30.
(Lots of Luck). EUA, 1984, 89 min.
Direção: Peter Baldwin. Com Martin Mull.
Cabeleireira ganha US$ 1 milhão na
loteria. Logo descobrirá que o dinheiro
compra tudo, menos felicidade. Se é
assim, por que Walt Disney não abdicou
da fortuna e viveu como são Francisco?
No Templo das Tentações
SBT, 4h40.
(Something Wicked This Way Comes).
EUA, 1983, 94 min. Direção: Jack Clayton.
Com Jason Robards. Um parque de
diversões passa pela pequena Green
Town e produz estranho efeito sobre
seus habitantes, impelidos a seguir seus
desejos mais profundos.
(PAULO SANTOS LIMA E INÁCIO ARAUJO)
TV PAGA
A curta e também proveitosa era Bob Evans
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Atribuímos com facilidade
o êxito de um filmes ao seu
diretor ou aos seus atores. Esquecemos que muitas vezes é o produtor quem dá o tom a uma cinematografia. Para ser mais específico: talvez o cinema norte-americano (e mundial) fosse outra coisa
se Ali MacGraw não tivesse resolvido transar com Steve McQueen
durante as filmagens de "Os Implacáveis".
Estávamos em 1972, e Robert
Evans dedicava-se com exclusividade a "O Poderoso Chefão".
Nem mesmo deslocou-se ao set
de "Os Implacáveis". Deu no que
deu. O produtor mais talentoso
daquele momento do cinema, o
sujeito que tinha reerguido a Paramount, entrou numa viagem de
terror, afundou-se, nunca mais
voltou a ser o que era.
E o que foi ele, precisamente? O
cara que inventou "Love Story",
por exemplo, que é um abacaxi,
mas que fez chorar as adolescentes dos anos 70 como as de agora
choraram com "Titanic". Houve
ainda "O Bebê de Rosemary" e
"Chinatown", ambos dirigidos
por Roman Polanski.
Evans, enfim, tinha gosto, audácia, talento para organizar filmes e
transformá-los em sucessos. De
suas obras, a que mais estimava,
no entanto, era mesmo Ali. E, no
documentário "O Show Não Pode
Parar", ele fala com muita franqueza do quanto o abalou o fim
do romance.
Não fala que deve ter jogado todo o seu peso na tarefa pouco nobre de destruí-la. Ali MacGraw
dali por diante fez filmes apenas
esporadicamente.
A era Evans, no entanto, estava
acabando. Sua mansão ficou mais
triste do que a de Charles F. Kane.
Estava aberto o caminho para
uma era de estandardização mais
acentuada dos filmes.
O SHOW NÃO PODE PARAR. Quando:
hoje, às 15h15, no HBO.
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