São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2004

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TV ABERTA

Magia de Harry Potter vem da vida na escola

Maior que o Ódio
Cultura, 16h30.

Brasil, 1951, 100 min. Direção: José Carlos Burle. Com Anselmo Duarte. Dois amigos de infância separam-se ao longo da vida, mas a amizade se mostrará ainda maior, como bem diz o título. Cauções: Burle era, além de bom diretor, sujeito muito inteligente. Estamos, no mais, no setor de raridades da Atlântida: este é um desses filmes difíceis de encontrar e, talvez, a descobrir. P&B.

Harry Potter e a Pedra Filosofal
SBT, 20h30.

(Harry Potter and Philosopher's Stone). EUA, 2001, 152 min. Direção: Chris Columbus. Com Daniel Radcliffe. Harry Potter é o jovem aprendiz de feiticeiro que pontifica na escola de Hogwarts. Magia à parte, o filme trata, no fundo, da vida de crianças nas escolas. Sua maior magia vem, certamente, daí.

Os Heróis
Bandeirantes, 20h30.

(The Guys). EUA, 2002, 85 min. Direção: Jim Simpson. Com Sigourney Weaver. Capitão tem de discursar no funeral de bombeiros mortos no 11 de Setembro. Ele pede ajuda a uma jornalista, que aceita escrever sobre homens que nunca viu, mas que cumpriram missão heróica (segundo o filme). Filme nocivo na medida em que entra em sintonia com os propósitos do governo Bush.

Vingança à Queima-Roupa
Record, 23h.

(Point Blank). EUA, 1997, 90 min. Direção: Matt Earl Beesley. Com Mickey Rourke. Criminosos executam plano de fuga durante transferência, com posterior tomada de reféns.

A Grande Ilusão
Bandeirantes, 1h15.

(All the King's Men). EUA, 1949, 109 min. Direção: Robert Rossen. Com Broderick Crawford. A vida de político que cria força e, embora provinciano, consegue se eleger governador. Oscar de melhor filme, mas inferior a "A Grande Ilusão", de Jean Renoir. P&B. Legendado.

Uma Janela para o Amor
Globo, 1h30.

(A Room with a View). Inglaterra, 1985, 110 min. Direção: James Ivory. Com Helena Bonham-Carter. Ao visitar a Itália em companhia da tia, garota presencia um assassinato. A outra testemunha é um rapaz. A cena os unirá. Sólido, empenhado, mas com toque acadêmico.

O Grande Atentado
SBT, 2h.

(Path to Paradise). EUA, 1997. Direção: Leslie Libman e Larry Williams. Com Peter Gallagher. Os culpados pela explosão de 1995 no World Trade Center, segundo agente antiterrorista de Nova York. Um espião egípcio é contratado para se infiltrar em grupo islâmico.

Rapaz Solitário
Globo, 3h20.

(The Lonely Guy). EUA, 1984, 90 min. Direção: Arthur Hiller. Com Steve Martin. Depois de levar um fora da namorada, escritor inédito é introduzido por um amigo (Grodin) na confraria dos solitários de Nova York. Assunto sensível, um comediante ora sensível, ora cômico.

Muita Sorte
SBT, 3h30.

(Lots of Luck). EUA, 1984, 89 min. Direção: Peter Baldwin. Com Martin Mull. Cabeleireira ganha US$ 1 milhão na loteria. Logo descobrirá que o dinheiro compra tudo, menos felicidade. Se é assim, por que Walt Disney não abdicou da fortuna e viveu como são Francisco?

No Templo das Tentações
SBT, 4h40.

(Something Wicked This Way Comes). EUA, 1983, 94 min. Direção: Jack Clayton. Com Jason Robards. Um parque de diversões passa pela pequena Green Town e produz estranho efeito sobre seus habitantes, impelidos a seguir seus desejos mais profundos.
(PAULO SANTOS LIMA E INÁCIO ARAUJO)

TV PAGA

A curta e também proveitosa era Bob Evans

INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA

Atribuímos com facilidade o êxito de um filmes ao seu diretor ou aos seus atores. Esquecemos que muitas vezes é o produtor quem dá o tom a uma cinematografia. Para ser mais específico: talvez o cinema norte-americano (e mundial) fosse outra coisa se Ali MacGraw não tivesse resolvido transar com Steve McQueen durante as filmagens de "Os Implacáveis".
Estávamos em 1972, e Robert Evans dedicava-se com exclusividade a "O Poderoso Chefão". Nem mesmo deslocou-se ao set de "Os Implacáveis". Deu no que deu. O produtor mais talentoso daquele momento do cinema, o sujeito que tinha reerguido a Paramount, entrou numa viagem de terror, afundou-se, nunca mais voltou a ser o que era.
E o que foi ele, precisamente? O cara que inventou "Love Story", por exemplo, que é um abacaxi, mas que fez chorar as adolescentes dos anos 70 como as de agora choraram com "Titanic". Houve ainda "O Bebê de Rosemary" e "Chinatown", ambos dirigidos por Roman Polanski.
Evans, enfim, tinha gosto, audácia, talento para organizar filmes e transformá-los em sucessos. De suas obras, a que mais estimava, no entanto, era mesmo Ali. E, no documentário "O Show Não Pode Parar", ele fala com muita franqueza do quanto o abalou o fim do romance.
Não fala que deve ter jogado todo o seu peso na tarefa pouco nobre de destruí-la. Ali MacGraw dali por diante fez filmes apenas esporadicamente.
A era Evans, no entanto, estava acabando. Sua mansão ficou mais triste do que a de Charles F. Kane. Estava aberto o caminho para uma era de estandardização mais acentuada dos filmes.


O SHOW NÃO PODE PARAR. Quando: hoje, às 15h15, no HBO.


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