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MUDHONEY/CRÍTICA
Pioneiros do grunge pareciam deslocados
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Tocando para uma de suas
maiores platéias em muitos
anos, o Mudhoney, no sábado, na
verdade estava tocando para ninguém. Na matinê grunge, e com a
platéia só querendo ver na frente a
atração principal, o Pearl Jam, a
banda que inventou o grunge não
poderia estar mais deslocada.
Dia claro, palco gigante, platéia
desinteressada e, principalmente,
proibida de comprar cerveja, canções falando de ódio à polícia e
com discurso musical movido a
frases como "Fuck me I'm sick".
O cenário não era apropriado
para o Mudhoney, que nos bastidores tinha acabado de dizer que
estava se divertindo mais nos bares de hotel nesta turnê sul-americana. Não que a banda tenha feito
um show ruim. O Mudhoney, que
em algum certo momento do comecinho dos anos 90 era considerada a banda mais importante do
mundo para quem olhava de perto a revolução sonora de Seattle,
começou sua apresentação com
dois de seus "hits": "When Tomorrow Hits" e "In "N" Out of
Grace". Nada aconteceu.
Já que tocar alguns de seus sucessos não fazia diferença, o Mudhoney então aproveitou o show
para experimentar músicas novas
de seu próximo disco, "Under a
Billion Suns", que sai em março
de 2006. Daí vieram as inéditas "It
Is Us" e "I Saw the Light".
A grande resposta do público ao
Mudhoney, enfim, veio quando o
vocalista Mark Arm disse ao final
do show, após "Hate the Police":
"Agora vem aí o Pearl Jam". E o
Mudhoney, então, poderia ir se
divertir, bebendo no bar do hotel.
Avaliação:
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