São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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MUDHONEY/CRÍTICA

Pioneiros do grunge pareciam deslocados

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Tocando para uma de suas maiores platéias em muitos anos, o Mudhoney, no sábado, na verdade estava tocando para ninguém. Na matinê grunge, e com a platéia só querendo ver na frente a atração principal, o Pearl Jam, a banda que inventou o grunge não poderia estar mais deslocada.
Dia claro, palco gigante, platéia desinteressada e, principalmente, proibida de comprar cerveja, canções falando de ódio à polícia e com discurso musical movido a frases como "Fuck me I'm sick".
O cenário não era apropriado para o Mudhoney, que nos bastidores tinha acabado de dizer que estava se divertindo mais nos bares de hotel nesta turnê sul-americana. Não que a banda tenha feito um show ruim. O Mudhoney, que em algum certo momento do comecinho dos anos 90 era considerada a banda mais importante do mundo para quem olhava de perto a revolução sonora de Seattle, começou sua apresentação com dois de seus "hits": "When Tomorrow Hits" e "In "N" Out of Grace". Nada aconteceu.
Já que tocar alguns de seus sucessos não fazia diferença, o Mudhoney então aproveitou o show para experimentar músicas novas de seu próximo disco, "Under a Billion Suns", que sai em março de 2006. Daí vieram as inéditas "It Is Us" e "I Saw the Light".
A grande resposta do público ao Mudhoney, enfim, veio quando o vocalista Mark Arm disse ao final do show, após "Hate the Police": "Agora vem aí o Pearl Jam". E o Mudhoney, então, poderia ir se divertir, bebendo no bar do hotel.


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