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Saxofonista John Coltrane é tema do próximo CD da Coleção Folha
Entre os mais imitados do jazz, músico desenvolveu estilo único de improvisação
DA REPORTAGEM LOCAL
De grandes saxofonistas, o
jazz está cheio, mas nenhum
deve ter sido tão imitado quanto John Coltrane (1926-1967),
tema do volume 17 da Coleção
Folha Clássicos do Jazz.
Em 1958, o crítico Ira Gitler
criou o termo "sheets of sound"
(literalmente, "folhas de som")
para descrever o estilo de improvisação de Coltrane, que
marcaria decisivamente as gerações de saxofonistas.
A inspiração para as "folhas
de som" pode ter vindo de alguns de seus mais célebres parceiros, como o trompetista Miles Davis e o pianista Thelonious Monk, mas a técnica foi
criada pelo próprio Coltrane:
uma seqüência de escalas e arpejos tocados em alta velocidade, do registro mais grave até o
mais agudo do instrumento.
Essa sucessão de grande
quantidade de notas foi uma
das novidades que ele trouxe ao
instrumento -sua maneira de
fazer progressões harmônicas
foi batizada de "Coltrane changes" ("mudanças de Coltrane").
Dotado de uma imaginação
musical fértil, ele ficou famoso
pela longa duração de seus solos. Por isso, o disco dedicado a
ele tem algumas das faixas mais
longas da Coleção Folha: "My
Favorite Things" tem
17min52s, enquanto "Impressions" chega a 21min11s.
Em momento algum as elucubrações musicais do saxofonista redundam em tédio. Pelo
contrário: com inteligência e
sensibilidade, suas digressões
conduzem o ouvinte por terrenos mágicos e inesperados, para além das fórmulas pré-concebidas e dos clichês.
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