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"LINHA DO TEMPO"
Richard Donner recorre à tradição para filmar viagem temporal
CÁSSIO STARLING CARLOS
EDITOR DO FOLHATEEN
1895 foi um ano que entrou para a história quando deu à luz
duas geringonças. A primeira foi
batizada como cinema. A segunda, como máquina do tempo,
nasceu da imaginação descontrolada do escritor H.G. Wells (1866-1946) em romance homônimo.
Enquanto o tempo não pára de
correr, as duas geringonças oitocentistas conservaram seu poder
de enviar quem se dispõe a dar
voltas no passado. As duas se
reencontram mais uma vez em
"Linha do Tempo", ficção mais
que inverossímil baseada em "romance" de Michael Crichton.
Nesta "viagem", arqueólogos
que pesquisam ruínas da França
na época da Guerra dos Cem
Anos (1337-1453) são enviados a
1357 para recuperar um deles perdido no tempo. Então, caem no
meio da disputa sangrenta provocada pelo fim da dinastia dos Capetos e a subseqüente tentativa
britânica de dominar a França.
Claro que o que interessa aqui
não é a fidelidade histórica, mas
sim o espírito de aventura.
Disso se desincumbe sem grande entusiasmo o eficaz Richard
Donner (da série "Máquina Mortífera"). O interessante é que Donner recorre à tradição de capa-e-espada do cinema dos anos 40 e
50, em vez de se fiar apenas no poder dos efeitos especiais.
Por exemplo: filma de modo
muito mais encantador uma chuva de flechas flamejantes do que a
desintegração física dos viajantes
no tempo. E as disputas cavaleirescas e amores corteses ganham
mais destaque do que as explosões de três em três minutos do
padrão vigente dos filmes de ação.
E nem adianta acusar "Linha do
Tempo" de inverossimilhança, de
furos no roteiro, de certa imperfeição dos efeitos. Afinal, esse filme é para quem é mais exigente
com o sabor do refri e com a
quantidade certa de sal na pipoca.
Para os outros, Donner ajuda a libertar do tédio digital.
Linha do Tempo
Timeline
Produção: EUA, 2003
Direção: Richard Donner
Com: Paul Walker, Gerard Butler
Quando: a partir de hoje nos cines
Center Norte, Eldorado e circuito
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