São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2004

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DOCUMENTÁRIO

"Painel" flagra produção teatral dos anos 90

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase quatro anos depois de sua primeira exibição, o documentário "Painel da Arte Contemporânea Brasileira - Teatro" sofre os efeitos colaterais (e naturais) do tempo.
A produção segue cumprindo a proposta de registro das tendências do teatro brasileiro no final dos anos 90: a pluralidade de linguagens afeitas ao drama ou à comédia, à experimentação ou ao mero entretenimento.
Contudo, alguns trechos da narrativa em off ou de entrevistas com os artistas já pedem revisões, por assim dizer.
Quando se afirma, por exemplo, que o grupo Teatro da Vertigem não recebe subsídios, sente-se falta da atualização sobre o Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, que desde 2002 vem transformando a produção local. O Vertigem é um dos grupos que recebem verba pública, como ocorre em países da Europa.
No Brasil, a perspectiva social dessa arte é normalmente associada a nomes como o de Augusto Boal (Teatro do Oprimido) e Amir Haddad (Tá na Rua), enfocados pelo documentário, e vai se espraiar em outras companhias.
A lacuna do programa para com a dramaturgia fica ainda mais patente quando se vislumbra, hoje, a escrita teatral como eixo imprescindível. Apesar das ressalvas, o documentário com roteiro de Dora Castellar e direção de Soraya Nabhan (parceria da Cultura com a produtora GW) já valeria só por imagens raras e brevíssimas de montagens históricas como "O Rei da Vela" (1967), por Zé Celso e Oficina, e "Macunaíma" (1978), por Antunes Filho.


PAINEL DA ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA - TEATRO. Quando: hoje, à 0h15, na TV Cultura.


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