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DOCUMENTÁRIO
"Painel" flagra produção teatral dos anos 90
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase quatro anos depois de
sua primeira exibição, o documentário "Painel da Arte Contemporânea Brasileira - Teatro"
sofre os efeitos colaterais (e naturais) do tempo.
A produção segue cumprindo a
proposta de registro das tendências do teatro brasileiro no final
dos anos 90: a pluralidade de linguagens afeitas ao drama ou à comédia, à experimentação ou ao
mero entretenimento.
Contudo, alguns trechos da narrativa em off ou de entrevistas
com os artistas já pedem revisões,
por assim dizer.
Quando se afirma, por exemplo,
que o grupo Teatro da Vertigem
não recebe subsídios, sente-se falta da atualização sobre o Programa Municipal de Fomento ao
Teatro para a Cidade de São Paulo, que desde 2002 vem transformando a produção local. O Vertigem é um dos grupos que recebem verba pública, como ocorre
em países da Europa.
No Brasil, a perspectiva social
dessa arte é normalmente associada a nomes como o de Augusto
Boal (Teatro do Oprimido) e
Amir Haddad (Tá na Rua), enfocados pelo documentário, e vai se
espraiar em outras companhias.
A lacuna do programa para com
a dramaturgia fica ainda mais patente quando se vislumbra, hoje, a
escrita teatral como eixo imprescindível. Apesar das ressalvas, o
documentário com roteiro de Dora Castellar e direção de Soraya
Nabhan (parceria da Cultura com
a produtora GW) já valeria só por
imagens raras e brevíssimas de
montagens históricas como "O
Rei da Vela" (1967), por Zé Celso e
Oficina, e "Macunaíma" (1978),
por Antunes Filho.
PAINEL DA ARTE CONTEMPORÂNEA
BRASILEIRA - TEATRO. Quando: hoje, à
0h15, na TV Cultura.
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