São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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Sistema não dá conta do volume de ligações e fica congestionado; central de atendimento diz que só havia 40 mil ingressos disponíveis

Linha ocupada marca venda de show do U2

DA REPORTAGEM LOCAL

Os 700 atendentes que trabalharam ontem na venda de ingressos para a segunda apresentação do U2 em São Paulo, em 21 de fevereiro, no estádio do Morumbi, em São Paulo, não foram suficientes para atender à enorme quantidade de fãs interessados em comprar entradas para o show.
Os ingressos começaram a ser vendidos às 16h de ontem, por dois números telefônicos: 0/xx/ 11/3131-0101 e 0/xx/21/2277-3131. A Folha apurou que 300 pessoas atendiam aos telefonemas no Rio, e 400 em São Paulo. Até as 19h45 de ontem, o serviço ainda estava em funcionamento e ainda havia ingressos à venda.
Em três horas e meia, a reportagem da Folha fez mais de mil ligações e conseguiu ser atendida só uma vez, às 18h10, no número paulista. Segundo uma atendente do call-center, apenas "40 mil ingressos foram destinados às pessoas normais". Segundo ela, que pediu anonimato, as outras 33 mil entradas -a capacidade do estádio é de 73 mil pessoas- serão destinadas a convidados, imprensa e venda especial em empresas parceiras do show.
A assessoria de imprensa dos organizadores do evento, a Accioly Entretenimento e a Planmusic, negou a informação dada pela central de atendimento, mas não soube informar exatamente quantos ingressos estavam disponíveis na tarde de ontem. Segundo a assessoria, apenas o espaço Pão Emotion (dentro das cadeiras superiores, que custa R$ 380, com direito a comida, bebidas e brindes) não teve ingressos colocados à venda -as cadeiras superiores têm capacidade para 11 mil pessoas; as arquibancadas, 30 mil; a pista, 32 mil.
Em fóruns de discussão sobre o U2 na internet, circulava ontem a informação que havia auditores estrangeiros no call-center, "fiscalizando" o sistema.
Quase todos os telefonemas feitos pela reportagem deram sinal de ocupado. Alguns deles caíram na seguinte gravação: "Central de Atendimento Ticketronic. No momento, todos os nossos "troncos" estão ocupados. Por favor, tente mais tarde. Obrigada".
Às 18h10, a reportagem foi finalmente atendida. Em pouco mais de três minutos, de forma rápida e prestativa, a atendente anotou os dados do comprador e informou o número da reserva e os dados para depósito identificado. Foram reservados dois ingressos de pista, a R$ 200 cada um.

"Bloody Sunday"
Segundo mensagens postadas em fóruns de discussão e em sites de relacionamento na internet, os fãs da banda tiveram mais facilidade em acionar o número telefônico do Rio -aparentemente, muito mais gente estava tentando ligar para o número de São Paulo.
"Sou uma das pessoas que ficaram na fila e que nem senha conseguiram. Vou ficar sem novamente", lamentava, no final da tarde de ontem, a secretária executiva Elizeth de Oliveira Luz, 50.
Elizeth se referia ao caos que tomou conta das vendas de ingresso para o primeiro show do U2 em São Paulo (20/2). No dia 16 de janeiro, mais de 100 mil pessoas enfrentaram filas enormes em vários pontos-de-venda em supermercados, falta de informação e falhas no sistema eletrônico de comercialização de entradas. Depois da "Monday, Bloody Monday" (segunda sangrenta), como os fãs da banda apelidaram a epopéia de 16/1, veio o "Sunday, Bloody Sunday".
Outro equívoco da organização aconteceu com o número telefônico colocado à disposição dos fãs para tirar dúvidas: 0/xx/11/3012-2112. Quem ligasse ontem no número era recebido por uma gravação que informava que o horário de atendimento é das 9h às 21h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 10h às 16h.
Para os que conseguiram comprar ingressos ontem, o pagamento deve ser feito em qualquer agência do banco Itaú, em dinheiro, por meio de depósito identificado. A central de atendimento prometia enviar mensagem, por e-mail ou fax, a todos os compradores, detalhando o sistema de pagamento. Até a conclusão desta edição, a reportagem da Folha não havia recebido
(THIAGO NEY E LEONARDO CRUZ)


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