São Paulo, terça-feira, 06 de fevereiro de 2007

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Exposição sobre riso tem participação de brasileiro

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TÓQUIO

Bin Laden está no Japão. Em um vídeo, como de praxe, o líder da Al Qaeda aparece, no entanto, comendo macarrão instantâneo e, cercado por garrafas de saquê vazias, diz ter largado o terrorismo e pede que Bush o deixe em paz.
A obra é do artista japonês Aida Makoto, que se veste de Bin Laden para fazer piada do governo dos EUA e questionar o sentido da guerra no Iraque.
O trabalho é um dos destaques da exposição "Tudo Sobre o Riso - O Humor na Arte Contemporânea", aberta no Museu de Arte Mori, em Tóquio, no mês passado.
O carioca Marcos Chaves participa com destaque da mostra com um vídeo, que conceitualmente faz parte do segundo segmento, mas foi colocado na entrada. O público encontra o trabalho de Chaves também no lado de fora do museu, em uma foto ampliada que emite sons de risada.
No vídeo, Chaves aparece usando uma meia máscara de carnaval feita de látex e estampada com uma boca risonha. De repente, o artista começa a fazer caretas numa tentativa desengonçada de sugar a máscara. "A vida é trágica e o humor é uma energia que te coloca pra frente", afirma Chaves, que diz desconfiar de tudo o que é sério. "A seriedade demasiada nunca serviu pra muita coisa boa", avalia ele.
A proposta da exposição é mostrar como artistas contemporâneos usam sátiras, paródias e ironias para desafiar convenções. "O riso é uma das formas mais efetivas de sacudir idéias pré-concebidas", diz a curadora da exposição, Mami Kataoka.
Sessenta e dois artistas apresentam 200 obras, entre instalações, fotografias, vídeos e pinturas, divididas em quatro seções. Na primeira, "Anti-Art and Avant-Garde Laughter" (o riso na antiarte e na vanguarda), estão obras dos anos 60, feitas por grupos de artistas como o Fluxus, de Nova York, e o Hi-Red Center, de Tóquio.
Na segunda parte, "Everyday Laughter" (o riso cotidiano), os artistas brincam com objetos do dia-a-dia para criar cenas inusitadas. Na terceira, "The Flip Side of Laughter" (o lado desconhecido do riso), os trabalhos abordam questões sérias - como a guerra ao terrorismo- com muito deboche.
Na última seção, "Deviant Laughter" (o riso dissonante), os artistas usam elementos infantis para criar fábulas bem-humoradas.
(RAQUEL WAN)


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