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Exposição sobre riso tem participação de brasileiro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TÓQUIO
Bin Laden está no Japão. Em
um vídeo, como de praxe, o líder da Al Qaeda aparece, no entanto, comendo macarrão instantâneo e, cercado por garrafas de saquê vazias, diz ter largado o terrorismo e pede que
Bush o deixe em paz.
A obra é do artista japonês
Aida Makoto, que se veste de
Bin Laden para fazer piada do
governo dos EUA e questionar
o sentido da guerra no Iraque.
O trabalho é um dos destaques da exposição "Tudo Sobre
o Riso - O Humor na Arte Contemporânea", aberta no Museu
de Arte Mori, em Tóquio, no
mês passado.
O carioca Marcos Chaves
participa com destaque da
mostra com um vídeo, que conceitualmente faz parte do segundo segmento, mas foi colocado na entrada. O público encontra o trabalho de Chaves
também no lado de fora do museu, em uma foto ampliada que
emite sons de risada.
No vídeo, Chaves aparece
usando uma meia máscara de
carnaval feita de látex e estampada com uma boca risonha. De
repente, o artista começa a fazer caretas numa tentativa desengonçada de sugar a máscara.
"A vida é trágica e o humor é
uma energia que te coloca pra
frente", afirma Chaves, que diz
desconfiar de tudo o que é sério. "A seriedade demasiada
nunca serviu pra muita coisa
boa", avalia ele.
A proposta da exposição é
mostrar como artistas contemporâneos usam sátiras, paródias e ironias para desafiar convenções. "O riso é uma das formas mais efetivas de sacudir
idéias pré-concebidas", diz a
curadora da exposição, Mami
Kataoka.
Sessenta e dois artistas apresentam 200 obras, entre instalações, fotografias, vídeos e pinturas, divididas em quatro seções. Na primeira, "Anti-Art
and Avant-Garde Laughter" (o
riso na antiarte e na vanguarda), estão obras dos anos 60,
feitas por grupos de artistas como o Fluxus, de Nova York, e o
Hi-Red Center, de Tóquio.
Na segunda parte, "Everyday
Laughter" (o riso cotidiano), os
artistas brincam com objetos
do dia-a-dia para criar cenas
inusitadas. Na terceira, "The
Flip Side of Laughter" (o lado
desconhecido do riso), os trabalhos abordam questões sérias - como a guerra ao terrorismo- com muito deboche.
Na última seção, "Deviant
Laughter" (o riso dissonante),
os artistas usam elementos infantis para criar fábulas bem-humoradas.
(RAQUEL WAN)
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