|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Selo busca alternativa para pôr discos nas lojas
Abacateiro dá sociedade a envolvidos na confecção de CDs
RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL
As remissões marinhas nos
títulos dos recentes álbuns de
Pierre Aderne ("Alto Mar") e
Alvinho Lancellotti ("Mar
Aberto") são coincidência, mas
os nomes em comum nos créditos de um e outro não omitem o
parentesco dos dois trabalhos.
Lançados no início do ano, os
CDs são os primeiros frutos do
selo Abacateiro, idealizado por
Aderne como uma espécie de
cooperativa (ou "neo-sociedade alternativa"), em que todos
os envolvidos (músicos, produtores, engenheiros de som, fotógrafos, capista, assessores jurídico e de imprensa etc.) são sócios -significando, também,
que ninguém vê a cor do dinheiro até as vendas terem algum resultado expressivo.
"Queria evitar a parte burocrática de abrir empresa, arranjar sede, e então pensei em como reunir bons profissionais
numa estrutura em que todos
participassem dos royalties do
produto final", diz Aderne,
após convencer amigos de várias áreas a entrar nesse barco,
que para ele próprio rendeu ao
menos o lançamento de seu
próprio álbum por aqui. "Pode
ser que não ganhemos nada,
mas tampouco vamos perder, e
ainda estaremos participando
de algo em que acreditamos."
O selo se propõe a lançar 30
títulos, divididos em duas categorias: o Abacateiro Música,
que licencia discos já prontos
(caso do CD de Aderne, lançado
antes no Japão), e o Abacateiro
Cru, com gravações ao vivo (como o de Alvinho, que não tinha
planos de gravar nada além do
trabalho com o Fino Coletivo,
mas foi incentivado a participar
pelo irmão Domenico).
Entre os próximos a chegar
às lojas estão um CD com canções do coletivo Doces Cariocas
(do qual participam Aderne e
sua namorada, Alexia Bomtempo, além de Mú Carvalho e
Marcelo Costa Santos), gravadas por Dadi, Domenico e outros; a versão ao vivo do "Brasil
em Brasa", de Rogê, e o "Pista
das Bananeiras", de João Donato e seu filho Donatinho.
SELO ABACATEIRO
Artistas: Pierre Aderne ("Alto Mar") e
Alvinho Lancellotti ("Mar Aberto")
Quanto: R$ 24, em média, cada um
Texto Anterior: Crítica: Bartoli rende homenagem a Malibran Próximo Texto: Documentário: Guerra do Golfo é alvo de programa Índice
|