São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011

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CRÍTICA DVD

"Love Story" ainda pode arrancar lágrimas

Ganhador do Globo de Ouro e a maior bilheteria de 1970, filme se tornou sinônimo de dramalhão romântico

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

É improvável que algum brasileiro se refira ao filme "Love Story" pelo nome que recebeu aqui, a tradução literal "Uma História de Amor".
O título original "pegou".
Estouro de bilheteria em 1970, o filme fez muito mais do que tornar célebre a frase "Amar é nunca ter de pedir perdão", repetida em duas cenas cruciais do enredo.
"Love Story" virou sinônimo de dramalhão para chorar. E ainda hoje causa esse efeito. Filmes lançados depois dele exibiam cartazes com frases promocionais do tipo "Mais emocionante do que "Love Story'!".
No Brasil, foi transformado em gíria para denominar situações em que as pessoas exageravam no tom dramático. "Larga de ser tão "love story'", diziam alguns.
Desde o lançamento, muita gente tenta entender as razões desse sucesso, sem chegar a uma conclusão. Nos extras do DVD, os comentários do diretor Arthur Hiller não ajudam a solucionar esse mistério, mas o bom e pequeno documentário que mostra a repercussão do filme dá uma ideia da dimensão do fenômeno.
O americano Erich Segal escreveu um roteiro sobre o envolvimento de um rapaz rico com uma garota pobre que sofre de doença terminal.
A Paramount comprou o texto em 1969. Para reforçar a divulgação do filme, a produtora pediu que o autor escrevesse também um livro, para ser lançado nas lojas no Dia dos Namorados do ano seguinte, semanas antes de o longa ir para os cinemas.
A estratégia funcionou.
"Love Story", o romance, foi o livro mais vendido nos Estados Unidos em 1970, traduzido para 33 idiomas.
"Love Story", o filme, rendeu US$ 106 milhões, estabelecendo à época a sexta maior bilheteria na história do cinema americano.
Nos papéis centrais, Ryan O'Neal e Ali MacGraw tinham 30 anos, quase uma década a mais do que os personagens.
O casal nunca repetiu o sucesso. O'Neal fez comédias menores. Ali MacGraw faturou com vídeos de ioga.

CHOQUE
Na trama, ele, rico, estuda direito em Harvard. Ela, de classe baixa, dá duro para pagar uma faculdade de menor prestígio. A família dele se opõe ao romance, eles se casam e Oliver perde a ajuda financeira paterna.
Tempos depois, o choque: ela tem uma doença incurável. O roteiro não deixa claro, mas é leucemia. Quando a doença se agrava, ele acaba se reaproximando do pai.
As interpretações são apenas corretas, porque Artur Hiller era um diretor correto, sem maior talento. Mas o sucesso rendeu prêmios.
Foram cinco Globos de Ouro, incluindo melhor filme e melhor atriz para Ali MacGraw, que pegou o papel por ser namorada de Robert Evans, poderoso produtor.
No Oscar, sete indicações, mas só levou melhor trilha sonora, para Francis Lai.
Assistir a "Love Story" tem certo prazer "arqueológico".
O filme abriu um filão no cinema dos anos 1970, os "filmes de doença", que produziram baldes de lágrimas antes que a moda acabasse.


LOVE STORY
DISTRIBUIDORA Paramount
QUANTO R$ 35 (em média)
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular



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