São Paulo, Sábado, 06 de Fevereiro de 1999
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MÚSICA
Canções da reforma agrária são reunidas em festival gaúcho
MST organiza evento musical em Palmeira das Missões (RS)


LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

As enxadas, pás e foices estão sendo trocadas, até amanhã, por guitarras, baixos e baterias: o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) está fazendo o seu primeiro festival nacional de músicas da reforma agrária, no município de Palmeira das Missões (RS).
Os ritmos têm a extensão do problema agrário brasileiro. Vão do xote e da milonga gaúchos ao baião nordestino, incluindo maracatu, bumba-meu-boi, chamamé e música sertaneja. O tom universal do evento (o problema agrário não é exclusividade brasileira) está presente com reggae, rap e rock.
"É um grande evento da cultura do campo. O essencial é que as letras das músicas aludam à reforma agrária, independentemente da experiência vivida pelo intérprete", diz Miguel Stedile, 21, filho mais velho do líder sem-terra João Pedro Stedile -que prometeu aparecer- e organizador.
Há músicos de SP, Rio Grande do Sul, Rio, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba e Rondônia.
A organização do evento é do MST e da Secretaria de Cultura de Palmeira das Missões, cidade localizada a 348 km de Porto Alegre. Chegaram a ser inscritas 208 músicas, sendo 48 da fase interna (músicos e compositores do MST) e 160 músicas para a fase geral (artistas que não são do MST).
Apresentam-se no festival artistas como Leci Brandão, Zé Geraldo, Antônio Gringo e Chico César. A apresentação é do comentarista esportivo Juarez Soares e da atriz Letícia Sabatella.


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