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MÚSICA
Canções da reforma agrária são reunidas em festival gaúcho
MST organiza evento musical em Palmeira das Missões (RS)
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
As enxadas, pás e foices estão
sendo trocadas, até amanhã, por
guitarras, baixos e baterias: o MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) está fazendo o
seu primeiro festival nacional de
músicas da reforma agrária, no
município de Palmeira das Missões (RS).
Os ritmos têm a extensão do problema agrário brasileiro. Vão do
xote e da milonga gaúchos ao
baião nordestino, incluindo maracatu, bumba-meu-boi, chamamé e
música sertaneja. O tom universal
do evento (o problema agrário não
é exclusividade brasileira) está
presente com reggae, rap e rock.
"É um grande evento da cultura
do campo. O essencial é que as letras das músicas aludam à reforma
agrária, independentemente da
experiência vivida pelo intérprete", diz Miguel Stedile, 21, filho
mais velho do líder sem-terra João
Pedro Stedile -que prometeu
aparecer- e organizador.
Há músicos de SP, Rio Grande do
Sul, Rio, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Espírito Santo, Maranhão,
Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia,
Paraíba e Rondônia.
A organização do evento é do
MST e da Secretaria de Cultura de
Palmeira das Missões, cidade localizada a 348 km de Porto Alegre.
Chegaram a ser inscritas 208 músicas, sendo 48 da fase interna (músicos e compositores do MST) e
160 músicas para a fase geral (artistas que não são do MST).
Apresentam-se no festival artistas como Leci Brandão, Zé Geraldo, Antônio Gringo e Chico César.
A apresentação é do comentarista
esportivo Juarez Soares e da atriz
Letícia Sabatella.
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