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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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TEATRO

Grupo paulista enfrentará desafio de apresentar "Auto da Paixão e da Alegria" em palco com estrutura problemática

Curitiba escala comédia para a abertura

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde 1999 o Festival de Teatro de Curitiba (FTC) não escolhia um espetáculo de abertura sustentado essencialmente pelo binômio texto e interpretação.
"Auto da Paixão e da Alegria", com o qual a Fraternal Cia. de Artes e Malas Artes (SP) abre o principal evento teatral do país no próximo dia 20, não traz números circenses aéreos ou coreografias que possam amenizar os problemas do Ópera de Arame, como ocorreram nos últimos anos.
O teatro de estrutura metálica tem sua imagem associada ao FTC (ambos nasceram em 1992) e foi construído ao lado de uma pedreira desativada. Em seu histórico, a acústica e o vão acentuado entre palco e platéia depõem contra as encenações. Não à toa, o Ópera integra a programação somente na noite de abertura.
Escrita por Luís Alberto de Abreu (de "O Livro de Jó") e dirigida por Ednaldo Freire, "Auto da Paixão e da Alegria" é o projeto mais recente da Fraternal (estreou em julho passado em São Paulo), companhia que desde 1992 investiga dramaturgia e interpretação sob o ponto de vista de uma comédia épica brasileira.
Na véspera do Carnaval, a organização do FTC fechou as 18 peças da Mostra de Teatro Contemporâneo para a sua 12ª edição (leia quadro ao lado).
Entre elas, há seis estréias nacionais: "Orgia", peça do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, com direção de Roberto Lage (SP); "As Nuvens e/ou Um Deus Chamado Dinheiro", clássico grego de Aristófanes, com o grupo Parlapatões (SP), dirigido por Hugo Possolo; "Mire Veja", com Cia. do Feijão, por Pedro Pires e Zernesto Pessoa (SP); "Fausto", do alemão Johann Wolfgang Goethe, com a Péssima Cia., por Moacir Chaves (RJ); "A Força do Hábito", do austríaco Thomas Bernhard, por Luciano Alabarse (RS); e "João and Maria", com Cia. Senhas de Teatro, por Sueli Araújo (PR).
São nove peças de São Paulo e cinco do Rio de Janeiro. Os Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso têm uma montagem cada um.

Fringe
Neste ano, estão programados 160 espetáculos no Fringe, a mostra paralela do FTC que rouba a cena a cada edição (quintuplicou desde o seu lançamento, em 1998). Vêm de regiões variadas do país. Em 2002, foram 133.
A partir desta edição, o Fringe se estenderá também a outros municípios com a Mostra Metropolitana. Serão 19 apresentações de espetáculos de rua em Colombo, Araucária, São José dos Pinhais, Piraquara, Pinhais e Lapa.
Na programação paralela do festival, estão previstas 18 oficinas. As inscrições vão até o próximo dia 20. Uma delas, a de dança butô (técnica criada no Japão pós-Segunda Guerra, por Kazuo Ohno e Tatsumi Hijikata), teve início excepcionalmente em fevereiro e culminará este mês com uma montagem de "A Tempestade", de Shakespeare, no parque Tanguá. (VALMIR SANTOS)


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