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TEATRO
Grupo paulista enfrentará desafio de apresentar "Auto da Paixão e da Alegria" em palco com estrutura problemática
Curitiba escala comédia para a abertura
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde 1999 o Festival de Teatro
de Curitiba (FTC) não escolhia
um espetáculo de abertura sustentado essencialmente pelo binômio texto e interpretação.
"Auto da Paixão e da Alegria",
com o qual a Fraternal Cia. de Artes e Malas Artes (SP) abre o principal evento teatral do país no
próximo dia 20, não traz números
circenses aéreos ou coreografias
que possam amenizar os problemas do Ópera de Arame, como
ocorreram nos últimos anos.
O teatro de estrutura metálica
tem sua imagem associada ao
FTC (ambos nasceram em 1992) e
foi construído ao lado de uma pedreira desativada. Em seu histórico, a acústica e o vão acentuado
entre palco e platéia depõem contra as encenações. Não à toa, o
Ópera integra a programação somente na noite de abertura.
Escrita por Luís Alberto de
Abreu (de "O Livro de Jó") e dirigida por Ednaldo Freire, "Auto da
Paixão e da Alegria" é o projeto
mais recente da Fraternal (estreou
em julho passado em São Paulo),
companhia que desde 1992 investiga dramaturgia e interpretação
sob o ponto de vista de uma comédia épica brasileira.
Na véspera do Carnaval, a organização do FTC fechou as 18 peças
da Mostra de Teatro Contemporâneo para a sua 12ª edição (leia
quadro ao lado).
Entre elas, há seis estréias nacionais: "Orgia", peça do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, com direção de Roberto Lage (SP); "As
Nuvens e/ou Um Deus Chamado
Dinheiro", clássico grego de Aristófanes, com o grupo Parlapatões
(SP), dirigido por Hugo Possolo;
"Mire Veja", com Cia. do Feijão,
por Pedro Pires e Zernesto Pessoa
(SP); "Fausto", do alemão Johann
Wolfgang Goethe, com a Péssima
Cia., por Moacir Chaves (RJ); "A
Força do Hábito", do austríaco
Thomas Bernhard, por Luciano
Alabarse (RS); e "João and Maria", com Cia. Senhas de Teatro,
por Sueli Araújo (PR).
São nove peças de São Paulo e
cinco do Rio de Janeiro. Os Estados de Minas Gerais, Rio Grande
do Sul, Paraná e Mato Grosso têm
uma montagem cada um.
Fringe
Neste ano, estão programados
160 espetáculos no Fringe, a mostra paralela do FTC que rouba a
cena a cada edição (quintuplicou
desde o seu lançamento, em
1998). Vêm de regiões variadas do
país. Em 2002, foram 133.
A partir desta edição, o Fringe se
estenderá também a outros municípios com a Mostra Metropolitana. Serão 19 apresentações de
espetáculos de rua em Colombo,
Araucária, São José dos Pinhais,
Piraquara, Pinhais e Lapa.
Na programação paralela do
festival, estão previstas 18 oficinas. As inscrições vão até o próximo dia 20. Uma delas, a de dança
butô (técnica criada no Japão pós-Segunda Guerra, por Kazuo Ohno e Tatsumi Hijikata), teve início
excepcionalmente em fevereiro e
culminará este mês com uma
montagem de "A Tempestade",
de Shakespeare, no parque Tanguá.
(VALMIR SANTOS)
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