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TEATRO
"Anchor Pectoris" deve permanecer em cartaz em Nova York até o dia 21
Thomas faz peça política sobre si
DE NOVA YORK
A inércia da sociedade diante
da vaga de recrudescimento da
censura e o "maniqueísmo" da
era do presidente Bush são alguns
dos principais elementos que norteiam "Anchor Pectoris", de Gerald Thomas.
Vinte anos após encenar "All
Strange Away", de Samuel Beckett (1906-89), Thomas volta com
essa peça inédita ao teatro LaMaMa Experimental Theatre Club,
em Nova York.
"Anchor Pectoris" está entrando em cartaz neste fim de semana
e deve ficar até o próximo dia 21.
"É a primeira vez que eu faço
uma peça política", disse Thomas
à Folha em janeiro. Mas o viés político é apenas parte do texto que
parece remeter também a agonias
pessoais do autor. Não por acaso,
"Anchor Pectoris" (âncora no
peito) é um termo neurológico
para depressão.
A "âncora" de Thomas não tem
diálogos ao vivo. Os 18 atores fazem dublagens de pronunciamentos de líderes políticos e de
entrevistas concedidas pelo autor
a jornalistas. A gravação da voz do
diretor também divide o placo
com os autores. Thomas faz comentários sobre a sua vida para
ser, em seguida, criticado pelo
elenco. As divagações de Thomas
abarcam ainda o polêmico episódio protagonizado pelo diretor na
estréia da ópera "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal do Rio
de Janeiro. Na ocasião, Thomas
mostrou as nádegas para a platéia
no final do espetáculo.
Três corredores de tecido, com
seis atores em cada um deles, são
montados no palco, representando diferentes eras e fusos horários.
O espaço cênico de "Anchor
Pectoris" pretende-se dinâmico
com rápidas mudanças de cena
com o auxílio de recursos de iluminação e repetições de cenas nos
três corredores.
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