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Presas relatam angústia no México
DA REDAÇÃO
Talvez a fita mais próxima de
uma versão feminina de "O Prisioneiro da Grade de Ferro" seja
"Relatos do Cárcere", de Guadalupe Miranda. A diferença é que a
penitenciária está transferida para Puente Grande, no México.
Os depoimentos se concentram
em 15 presas, condenadas -embora algumas ainda esperem ser
sentenciadas- por crimes desde
tráfico de drogas a assaltos e prostituição. "Eu gosto de armas. Tive
uma pistola pequena logo quando
tinha 12 anos. Não consigo mais
mudar", declara uma interna.
É quando elas explicam dois
conceitos que o documentário
tem seus pontos altos: a liberdade
e aquilo de que mais sentem falta.
"A liberdade é uma idéia. Mas não
creio que exista de verdade", afirma outro depoimento.
Ali também estão as queixas de
abandono, da perda dos filhos e
da prisão dos parceiros. O sexo,
aliás, compõe outro aspecto interessante, e o documentário envereda por homossexualismo, abstinência e histórias de relacionamentos entre os moradores da vizinha prisão masculina. "É só por
um dia. Depois tem de voltar para
esta rotina", explica uma presa.
Ao final, um texto nos relata o
que mudou na vida de algumas
delas: "Me diga quanto tempo faz
que você esteve aqui e eu lhe conto o que aconteceu. Um ano e
meio? Nada, continuamos aqui,
no mesmo estado vegetativo",
conta, desanimada, uma das ex-líderes do presídio, agora condenada a tomar calmantes.
Mas ela não diz toda a verdade.
A penitenciária mudou desde então, deteriorando o ambiente e
superlotando as celas -onde cabiam seis hoje moram dez.
(LVR)
Relatos do Cárcere
Direção: Guadalupe Miranda
Quando: amanhã, às 16h e às 19h, no
Cinusp (r. do Anfiteatro, 181, tel. 0/xx/
11/3091-3540); e sexta, às 16h, no MIS
(av. Europa, 158, tel. 0/xx/11/3062-9197)
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