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comentário
Busca pelo "distante" resulta irregular
DA REPORTAGEM LOCAL
Virou moda viajar a lugares distantes, beber a
água dos nativos, participar dos rituais, documentar tudo e expor a aventura
legitimada pelo exotismo
no cubo branco.
A última Bienal de São
Paulo mandou artistas para Acre e Pernambuco. Na
mesma mostra, Jarbas Lopes mostrou o resultado
de uma expedição pela
Amazônia. A Bienal do
Mercosul fez o mesmo na
Tríplice Fronteira, e a
Faap trouxe a São Paulo
italianas que plantaram
flores na praça da Sé.
Nas artes plásticas, com
instituições que, com dinheiro, influenciam cada
vez mais o discurso dos artistas, há uma verdadeira
explosão de residências e
expedições artísticas.
Todas buscam amparar
obras de arte -algumas
boas, outras ruins- no
discurso politicamente
correto da arte em contato
com um povo simples, numa mistura de ingenuidade e oportunismo.
Certo que pode haver
um resultado plástico interessante e a tentativa de
redimensionar fronteiras
para a arte contemporânea. E o mercado em expansão permite isso.
Mas muitos trabalhos
fracos são montados no
meio do nada para ninguém ver, restando depois
só um vago registro.
(SM)
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