São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2011 |
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Reunião vai definir destino do Belas Artes Tombamento do imóvel deve ser votado pelo Conpresp na próxima terça; decisão não implica volta do cinema Desde que fechou as portas, em 18/3, local está abandonado, com a fachada pichada e a pintura descascada GABRIELA LONGMAN DE SÃO PAULO Lamentações à parte, o Belas Artes fechou suas portas. O caso, porém, não terminou. O Conpresp (Conselho de Preservação do Patrimônio de São Paulo) discute em reunião na próxima terça-feira, dia 10, o tombamento do edifício que foi sede do cinema desde 1967 -sob o nome, à época, de Trianon. Na ocasião, um estudo técnico sobre o prédio, desenvolvido pelo DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), será apresentado e discutido pelos conselheiros. Embora o imóvel não tenha especial valor arquitetônico, o tombamento tem sido visto como uma forma de garantir a memória afetiva do cinema de rua. "Sou favorável à manutenção do cinema, mas não acho que o tombamento seja o instrumento adequado. O tombamento do prédio não garante a vida do Belas Artes", afirma Nádia Somekh, que integra o conselho do Conpresp como representante do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). O proprietário do Belas Artes, André Sturm, entretanto, torce para que o episódio sirva de marco na história dos tombamentos da cidade. "O Iphan tombou o acarajé. A prefeitura do Rio tombou o restaurante Antiquarius pela "excelência na gastronomia" e não pelo valor arquitetônico da casa." Sturm acredita que, caso o tombamento seja aprovado, o proprietário terá muitas limitações em relação ao imóvel. "E eu digo que sim, a gente tem interesse em voltar", completa. PICHAÇÕES Desde o fechamento do cinema, no dia 18 de março, o estado do local é desolador. A fachada está pichada e com a pintura descascada. As paredes de vidro estão cobertas por velhos panos. Lá dentro, o pouco que se vê são cabos de vassoura, pedaços de ferro, arame e madeira. A velha cadeira do bilheteiro ficou abandonada, com o couro gasto. Nos degraus que levavam ao hall de entrada, funcionários da vizinha Casas Pernambucanas se sentam para fumar. Enquanto o Conpresp não manifestar sua decisão, o proprietário do imóvel, Flávio Maluf, não pode decidir o que será feito do local e a que limitações tem de obedecer. Apesar de existirem alguns mecanismos compensatórios, como isenção de IPTU, não é raro que edifícios tombados fiquem sem uso. Construído entre 1907 e 1911 e tombado em 1984, o "castelinho" da Brigadeiro Luis Antônio ostenta há anos a faixa de "aluga-se". São Paulo tem, na região central, sete cinemas tombados: Cine Art Palácio, Cine Dom José, Ipiranga, Marabá, Marrocos, Metrópolis e Paissandu. O único que voltou a funcionar foi o Marabá. Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Cronologia - Crise do Belas Artes Índice | Comunicar Erros |
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