São Paulo, terça, 6 de maio de 1997.

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FESTIVAL
Alpha Blondy é substituído por Black Uhuru
Ruffles Reggae começa desfalcado

Divulgação
A banda argentina Los Pericos, que teve um de seus discos produzidos por Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso


da Reportagem Local

Começa hoje, em Porto Alegre, o Ruffles Reggae 97, que acontece no decorrer da semana em outras quatro capitais brasileiras: São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro.
O festival teve uma baixa de última hora. O cantor africano Alpha Blondy -que a produção do evento esperava que fosse a grande estrela do concerto- não virá mais. O motivo, segundo a assessoria de imprensa do festival, seriam exigências que não estariam previstas no contrato firmado entre a produção e o cantor.
A gota d'água teria sido os pedidos de passagens para os integrantes de seu grupo, que estão na Costa do Marfim e na Jamaica, até a França, onde o cantor programou seus ensaios, e hospedagem na França às custas da organização do evento.
A produção do Ruffles Reggae definiu no domingo o substituto de Alpha Blondy. O escolhido foi o conjunto jamaicano Black Uhuru, que, coincidentemente, encerrou uma turnê pela Argentina no último final de semana.
O Black Uhuru tem 23 anos de estrada e já teve os seus 15 minutos de fama no início da década de 80. Foi quando o grupo lançou o álbum ``Red'', em 81, e ganhou um Grammy (equivalente, na indústria fonográfica norte-americana, ao Oscar) de melhor álbum de reggae por ``Anthem'', em 83.
Naquela época, o trio ainda contava com os vocalistas Puma Jones e Michael Rose. Restou o cantor Duckie Simpson, fundador do Black Uhuru.
Sem brasileiros
Ao contrário do ano passado, este ano nenhum artista brasileiro participa do Ruffles Reggae, que terá como atrações os grupos Third World e Los Pericos e os cantores Shaggy, Maxi Priest e Pato Banton.
Uma das principais atrações é o cantor norte-americano Shaggy, um ex-fuzileiro naval que participou da Guerra do Golfo.
Musicalmente, contudo, o fato mais marcante de Shaggy é o Grammy ganho por ``Boombastic'', em 1996.
O inglês Maxi Priest, que participou da segunda edição do Rock In Rio, é outra das atrações do festival.
Com uma década em meia de trabalho, o cantor também é reconhecido por algumas versões que fez -entre elas a de ``Wild World'', de Cat Stevens, e ``Message in a Bottle'', do The Police.
Único representante da América Latina, o grupo argentino Los Pericos é conhecido por aqui por causa da versão feita pelos Paralamas do Sucesso de ``Lourinha Bombril''. O guitarrista Herbert Vianna chegou a produzir um disco do grupo.
Os outros dois participantes do festival são da Jamaica: o cantor Pato Banton e o grupo Third World.
Banton, que recentemente gravou um dueto com Sting em ``Spirits in the Material World'', mostrará seu novo disco, ``Stay Positive'', que tem um cover de ``Groovin''', dos Young Rascals.
Um dos grupos de reggae veteranos, o Third World volta ao Brasil, mas pela primeira vez no Ruffles Reggae.
A ordem de entrada das seis atrações no palco ainda não foi definida, segundo a organização do festival.
Datas
Amanhã e na quinta-feira, será a vez do Rio conferir as atrações do festival. Os shows cariocas ocorrerão no Metropolitan e terão um aspecto diferente. As bandas foram divididas em dois grupos, cada um se apresentando em um dos dias.
Amanhã será a vez do Black Uhuru, de Pato Banton e de Los Pericos. Na quinta-feira, o grupo Third World e os cantores Maxi Priest e Shaggy se apresentam no Metropolitan.
O Ruffles Reggae 97 passa em seguida por São Paulo (na pista de atletismo do Ibirapuera), na sexta-feira, e por Curitiba (na pedreira Paulo Leminski), no sábado. O festival itinerante termina na capital federal (no ginásio Nílson Nélson), no domingo.


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