|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA
Iracema voou, mas ainda é daqui
DA REPORTAGEM LOCAL
F az lembrar de cara "Iracema Voou", a canção do tio
Chico sobre a moça que foi embora e tenta se adaptar às coisas de lá
de fora.
Em "Tanto Tempo", Bebel Gilberto respeita, justamente, os cânones que fazem os "anglos" se
apaixonarem pela bossa nova e
que muitas vezes viram farofa-fá
nas bocas deles.
Mas, lá de longe, Bebel aparece
em 2000 como a única artista a
conseguir espanar os muitos pós e
mofos acumulados pela hoje dinossaura bossa nova.
Há pouco de retrô em "Tanto
Tempo", e para isso concorrem, e
muito, as programações de Suba.
Espraia canto sabido e afinado
por bases modernas e sempre melancólicas.
De um lado, suaviza (e tira a
poeira banquinho-e-violão de)
"Samba da Bênção", "Samba de
Verão", "Samba e Amor" (pós-bossa de Chico Buarque), "Bananeira" (piração anos 70 de Gilberto Gil e João Donato).
Do outro lado, as várias composições próprias são delicadas e
suingadas.
Em "Close Your Eyes" (bem
macumba para turista), Bebel sintetiza: "Vou rodar o mundo, mas
aqui é o meu lugar". Iracema
voou, mas ainda é daqui.
(PAS)
Tanto Tempo
Artista: Bebel Gilberto
Lançamento: Ziriguiboom (importado)
Onde encontrar: Bizarre (tel. 0/xx/11/
220-7933)
Texto Anterior: Bossa supernova Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|