São Paulo, terça-feira, 06 de junho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA
Iracema voou, mas ainda é daqui

DA REPORTAGEM LOCAL

F az lembrar de cara "Iracema Voou", a canção do tio Chico sobre a moça que foi embora e tenta se adaptar às coisas de lá de fora.
Em "Tanto Tempo", Bebel Gilberto respeita, justamente, os cânones que fazem os "anglos" se apaixonarem pela bossa nova e que muitas vezes viram farofa-fá nas bocas deles.
Mas, lá de longe, Bebel aparece em 2000 como a única artista a conseguir espanar os muitos pós e mofos acumulados pela hoje dinossaura bossa nova.
Há pouco de retrô em "Tanto Tempo", e para isso concorrem, e muito, as programações de Suba. Espraia canto sabido e afinado por bases modernas e sempre melancólicas.
De um lado, suaviza (e tira a poeira banquinho-e-violão de) "Samba da Bênção", "Samba de Verão", "Samba e Amor" (pós-bossa de Chico Buarque), "Bananeira" (piração anos 70 de Gilberto Gil e João Donato).
Do outro lado, as várias composições próprias são delicadas e suingadas.
Em "Close Your Eyes" (bem macumba para turista), Bebel sintetiza: "Vou rodar o mundo, mas aqui é o meu lugar". Iracema voou, mas ainda é daqui. (PAS)


Tanto Tempo      Artista: Bebel Gilberto Lançamento: Ziriguiboom (importado) Onde encontrar: Bizarre (tel. 0/xx/11/ 220-7933)



Texto Anterior: Bossa supernova
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.