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TEATRO
Foi a temporada mais rentável desde 1980/81 nos EUA, com US$ 603 milhões e um público de 11,7 milhões de pessoas
Tony vai para o óbvio em ano de milhões
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Deu o previsto: "Contact" levou
o prêmio de melhor musical, e
"Copenhagen", o de melhor peça,
domingo à noite, na entrega do
54º Prêmio Tony.
Mesmo com a falta de surpresa
na premiação das duas mais importantes entre as 21 estatuetas do
Oscar do teatro americano, os
produtores sentados na platéia do
Radio City Music Hall, em Nova
York, estavam animados.
É que na sexta anterior foram
divulgados os números da temporada 1999/2000 da Broadway,
rua que empresta o nome à concentração dos principais teatros
de Nova York. Foram US$ 603
milhões arrecadados de um público de 11,7 milhões de pessoas,
que pagaram em média US$ 52,97
por ingresso. É a temporada mais
rentável desde 1980/1981.
Os teatros trabalharam com espantosos 78% de ocupação, e 37
novas peças estrearam no período. As peças-irmãs, que viajam
pelo mundo exibindo os mesmos
sucessos em cartaz na temporada
nova-iorquina, mas com elencos
secundários, visitaram 130 cidades, arrecadando outros US$ 571
milhões, o que dá um total geral
de quase US$ 1,2 bilhão.
Para ter uma idéia, a temporada
paulistana de teatro costuma ser
de US$ 3,5 milhões/ano.
A cerimônia, de três horas de
duração, começou às 20h (21h de
Brasília) com um clipe com trechos das principais peças.
Logo após, o ator Nathan Lane,
que apresentaria a premiação
com a atriz Rosie O'Donnell até o
final, abriu os trabalhos: "Só há
duas expressões de duas palavras
melhores que "Tony Award" (Prêmio Tony); "Open bar" (bar aberto) e "Multiple orgasms" (orgasmos múltiplos)".
Para o telespectador brasileiro
acostumado com a entrega do Oscar, o Prêmio Tony tem duas vantagens: são apenas quatro concorrentes por categoria (contra cinco
da academia de cinema) e apresentação, entrega e agradecimento são infinitamente mais rápidos.
Além da evidente superioridade
dos clipes musicais. A reprise da
entrega do prêmio vai ao ar hoje,
às 14h, no canal Film & Arts.
As estatuetas foram entregues
em meio a clipes extraídos dos
musicais concorrentes "Contact",
"Jesus Cristo Superstar", "The
Musical Man", "The Wild Party",
"Swing", "James Joyce's The
Dead". Entre as personalidades
que entregaram prêmios, Kenneth Branagh, Christopher Walken e Mathew Broderick. O de
melhor diretor saiu das mãos de
Al Pacino (vencedor em 69 e 77).
Quem recebeu foi Michael Blakemore, 71, por "Copenhagen",
que também levou o prêmio de
direção de musical ("Kiss Me, Kate"). A última vez que ambas as
estatuetas foram para uma pessoa
aconteceu nos anos 60.
"Copenhagen" foi a grande vencedora da noite. A peça de Michael Frayn, que dramatiza o encontro verdadeiro do físico alemão Werner Heisenberg com o
judeu Niels Bohr durante a Segunda Guerra, ganhou os três
prêmios a que concorria.
Os musicais "Contact" (três histórias de amor escritas por John
Weidman) e "Aída" (versão da
Disney para a lenda que inspira a
ópera de Verdi) empataram: quatro cada um. Elton John e Tim Rice (melhor trilha, por "Aída") não
apareceram nem mandaram representante.
A atriz Katie O'Donnell terminou a noite dizendo: "Venha a
Nova York. Veja uma peça na
Broadway. Você não vai se arrepender". E o resto foi silêncio. E
cifrões.
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