São Paulo, terça-feira, 06 de junho de 2000


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TEATRO
Foi a temporada mais rentável desde 1980/81 nos EUA, com US$ 603 milhões e um público de 11,7 milhões de pessoas
Tony vai para o óbvio em ano de milhões

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Deu o previsto: "Contact" levou o prêmio de melhor musical, e "Copenhagen", o de melhor peça, domingo à noite, na entrega do 54º Prêmio Tony.
Mesmo com a falta de surpresa na premiação das duas mais importantes entre as 21 estatuetas do Oscar do teatro americano, os produtores sentados na platéia do Radio City Music Hall, em Nova York, estavam animados.
É que na sexta anterior foram divulgados os números da temporada 1999/2000 da Broadway, rua que empresta o nome à concentração dos principais teatros de Nova York. Foram US$ 603 milhões arrecadados de um público de 11,7 milhões de pessoas, que pagaram em média US$ 52,97 por ingresso. É a temporada mais rentável desde 1980/1981.
Os teatros trabalharam com espantosos 78% de ocupação, e 37 novas peças estrearam no período. As peças-irmãs, que viajam pelo mundo exibindo os mesmos sucessos em cartaz na temporada nova-iorquina, mas com elencos secundários, visitaram 130 cidades, arrecadando outros US$ 571 milhões, o que dá um total geral de quase US$ 1,2 bilhão.
Para ter uma idéia, a temporada paulistana de teatro costuma ser de US$ 3,5 milhões/ano.
A cerimônia, de três horas de duração, começou às 20h (21h de Brasília) com um clipe com trechos das principais peças.
Logo após, o ator Nathan Lane, que apresentaria a premiação com a atriz Rosie O'Donnell até o final, abriu os trabalhos: "Só há duas expressões de duas palavras melhores que "Tony Award" (Prêmio Tony); "Open bar" (bar aberto) e "Multiple orgasms" (orgasmos múltiplos)".
Para o telespectador brasileiro acostumado com a entrega do Oscar, o Prêmio Tony tem duas vantagens: são apenas quatro concorrentes por categoria (contra cinco da academia de cinema) e apresentação, entrega e agradecimento são infinitamente mais rápidos. Além da evidente superioridade dos clipes musicais. A reprise da entrega do prêmio vai ao ar hoje, às 14h, no canal Film & Arts.
As estatuetas foram entregues em meio a clipes extraídos dos musicais concorrentes "Contact", "Jesus Cristo Superstar", "The Musical Man", "The Wild Party", "Swing", "James Joyce's The Dead". Entre as personalidades que entregaram prêmios, Kenneth Branagh, Christopher Walken e Mathew Broderick. O de melhor diretor saiu das mãos de Al Pacino (vencedor em 69 e 77).
Quem recebeu foi Michael Blakemore, 71, por "Copenhagen", que também levou o prêmio de direção de musical ("Kiss Me, Kate"). A última vez que ambas as estatuetas foram para uma pessoa aconteceu nos anos 60.
"Copenhagen" foi a grande vencedora da noite. A peça de Michael Frayn, que dramatiza o encontro verdadeiro do físico alemão Werner Heisenberg com o judeu Niels Bohr durante a Segunda Guerra, ganhou os três prêmios a que concorria.
Os musicais "Contact" (três histórias de amor escritas por John Weidman) e "Aída" (versão da Disney para a lenda que inspira a ópera de Verdi) empataram: quatro cada um. Elton John e Tim Rice (melhor trilha, por "Aída") não apareceram nem mandaram representante.
A atriz Katie O'Donnell terminou a noite dizendo: "Venha a Nova York. Veja uma peça na Broadway. Você não vai se arrepender". E o resto foi silêncio. E cifrões.



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