|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Chalmers cria baratas em cativeiro
DE LONDRES
Quando se fala na polêmica gerada pela arte contemporânea,
poucos exemplos são mais ilustrativos do que o da fotógrafa norte-americana Catherine Chalmers.
Para sua mais recente exposição, "Baratas", na recém-inaugurada galeria Percy Miller, em Londres, Catherine construiu em seu
apartamento, em Nova York,
uma pequena casa para os insetos, com quarto, banheiro e cozinha. Ela mesma cuida das baratas.
Quando precisa fotografá-las, as
coloca no congelador.
"Quando as baratas congelam,
elas ficam quietas e é fácil pintar
suas asas e tirar as fotos", contou
Catherine à Folha. "Depois que
elas descongelam, voltam a viver
normalmente."
A obra de Catherine, que fez
mestrado em pintura na prestigiada Royal College of Art, de
Londres, provoca reações apaixonadas. Muitas pessoas riem, outras saem correndo. As organizações ecológicas se dividem entre
elogios e processos na Justiça.
"Isso é arte. Eu tirei os insetos de
seu ambiente natural e recriei a
realidade. Meu objetivo é mostrar
a relação dos homens com os animais. O melhor exemplo são as
baratas, porque não existe criatura mais odiada pelas pessoas do
que elas", diz a fotógrafa.
Catherine fotografou as baratas
em situações extremas. Uma delas está com as asinhas pintadas
de amarelo, com uma abelha numa flor. Outra está sentada numa
cadeira elétrica, eletrocutada. Um
grupo de baratas aparece pendurado em forcas, executadas.
(RB)
Texto Anterior: A arte do escândalo Próximo Texto: "Apocalypse" reúne estrelas para chocar Índice
|