|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TEATRO
Jô e as criaturas
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma, duas, talvez três gerações
desconheçam que José Eugênio
Soares fez carreira no teatro antes
de ter sua imagem definitivamente associada à TV. Contracenou
com Cacilda Becker, dirigiu ou interpretou autores fundamentais,
como o romeno Ionesco e o sueco
Dürrenmatt, e recebeu elogio "tão
vasto quanto a sua circunferência" do crítico Décio de Almeida
Prado. Afastado dos palcos desde
o início dos anos 80, descontados
os espetáculos solos ou shows
musicais, faz dois meses que o
apresentador Jô Soares, 64, está
matando as saudades do teatro.
Ele prepara a montagem da comédia dramática "A Noite em que
Mary Shelley se Encontrou com
Charlotte Brontë e Frankenstein,
com Jane Eyre". A peça promove
uma curiosa reunião de criadoras
e criaturas de dois clássicos da literatura inglesa. O autor é Eduardo Manet, 71, nascido em Cuba,
radicado na França e só agora encenado no Brasil.
Jô não atua. Assina adaptação,
direção e produção da peça, prevista para estrear no início de
agosto, no Cultura Artística, em
São Paulo. O papel da escritora
Charlotte, a irmã de Emily Brontë
("O Morro dos Ventos Uivantes"), será vivido por Bete Coelho.
Coube a Mika Lins a heroína do
romance gótico, Jane Eyre. Paulo
Gorgulho fará Frankenstein. A intérprete de sua criadora, Mary
Shelley, ainda não foi escolhida.
Jô se diz entusiasmado em retomar o teatro, arte que aponta como base de sua trajetória, ele que
também enveredou pela literatura, música, cinema e artes plásticas (sim, expôs na Bienal de SP
em 1967).
Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: Jô Soares Índice
|