São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2001

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CINEMA/ESTRÉIA

"PEQUENOS ESPIÕES"

Aventura deve ter continuação no ano que vem

Banderas mostra seu "lado engraçado"

MILLY LACOMBE
ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO

Nem o calor de quase 40 graus nem o fato de não haver ar-condicionado na sala tiraram o bom humor de Antonio Banderas.
Em uma pequena pousada na cidade colonial de San Miguel de Allende, no interior do México, onde está filmando "Desperado 2" ( ou "El Mariachi 3", porque o diretor Robert Rodriguez ainda não sabe qual dos dois títulos vai usar), o sorridente espanhol, cercado pela mulher, a atriz Melanie Griffith, e pela filha de quatro anos, falou à Folha de seu mais recente sucesso, "Pequenos Espiões" ("Spy Kids"), que chega hoje aos cinemas.
O filme, cujo arrebatador faturamento em bilheterias americanas já tratou de engatilhar uma continuação, que chegará às telas no ano que vem, marca não apenas sua estréia como ator no cenário infanto-juvenil mas também a quarta colaboração com o jovem Rodriguez.
Juntos, fizeram "Grande Hotel", "Desperado" (no Brasil o filme teve o título de "A Balada do Pistoleiro") e, agora, "Desperado 2"; filmes com imagens tão brutais que seriam capazes de deixar uma criança com traumas para o resto da vida. Com "Pequenos Espiões", eles provam que a lucrativa parceria funciona também sem manchas de sangue.

Folha - Qual o segredo dessa parceria?
Antonio Banderas -
Robert [Rodriguez] e eu nos encontramos em Hollywood numa época em que não éramos ninguém e precisávamos nos ajudar. Ele havia acabado de filmar, com apenas US$ 7.000, "El Mariachi", e eu estava batalhando emprego em uma terra desconhecida. Eu mal falava inglês, e Robert foi um dos poucos que me deu as mãos. Somos como irmãos e nossa relação no set é perfeita.

Folha - Você gostou de ter trabalhado em um filme tão inocente e divertido?
Banderas -
Foi demais. O mais legal é que os heróis são crianças e, além disso, pude finalmente mostrar ao público um pouco desse meu lado engraçado.

Folha - Como está sua relação com Almodóvar, o outro cineasta com quem rodou vários filmes?
Banderas -
Ele me fez críticas chatas, coisas sobre meu trabalho em Hollywood. Mas isso passou e somos novamente bons amigos.

Folha - Por que você acha que, depois de décadas sem um ícone latino, está havendo agora essa explosão em Hollywood?
Banderas -
Porque, em uma mesma época, o cinema americano foi inundado por atores latinos de primeira grandeza: Penélope [Cruz", Javier [Bardem", Salma [Hayek". Nosso sotaque, antes considerado irritante, hoje é, para eles, fascinante.

Folha - E o projeto do filme do Senna?
Banderas -
Está na lista, mas mais para o ano que vem. Michael Mann (que deve dirigir e está filmando "Ali") quer um filme sem corridas em exagero, nada de ação pura, apenas o perfil de um campeão.



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