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CINEMA/ESTRÉIA
"PEQUENOS ESPIÕES"
Aventura deve ter continuação no ano que vem
Banderas mostra
seu "lado engraçado"
MILLY LACOMBE
ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO
Nem o calor de quase 40 graus
nem o fato de não haver ar-condicionado na sala tiraram o bom
humor de Antonio Banderas.
Em uma pequena pousada na
cidade colonial de San Miguel de
Allende, no interior do México,
onde está filmando "Desperado
2" ( ou "El Mariachi 3", porque o
diretor Robert Rodriguez ainda
não sabe qual dos dois títulos vai
usar), o sorridente espanhol, cercado pela mulher, a atriz Melanie
Griffith, e pela filha de quatro
anos, falou à Folha de seu mais recente sucesso, "Pequenos Espiões" ("Spy Kids"), que chega
hoje aos cinemas.
O filme, cujo arrebatador faturamento em bilheterias americanas já tratou de engatilhar uma
continuação, que chegará às telas
no ano que vem, marca não apenas sua estréia como ator no cenário infanto-juvenil mas também a quarta colaboração com o
jovem Rodriguez.
Juntos, fizeram "Grande Hotel",
"Desperado" (no Brasil o filme teve o título de "A Balada do Pistoleiro") e, agora, "Desperado 2";
filmes com imagens tão brutais
que seriam capazes de deixar uma
criança com traumas para o resto
da vida. Com "Pequenos Espiões", eles provam que a lucrativa parceria funciona também sem
manchas de sangue.
Folha - Qual o segredo dessa parceria?
Antonio Banderas - Robert [Rodriguez] e eu nos encontramos
em Hollywood numa época em
que não éramos ninguém e precisávamos nos ajudar. Ele havia
acabado de filmar, com apenas
US$ 7.000, "El Mariachi", e eu estava batalhando emprego em
uma terra desconhecida. Eu mal
falava inglês, e Robert foi um dos
poucos que me deu as mãos. Somos como irmãos e nossa relação
no set é perfeita.
Folha - Você gostou de ter trabalhado em um filme tão inocente e
divertido?
Banderas - Foi demais. O mais
legal é que os heróis são crianças
e, além disso, pude finalmente
mostrar ao público um pouco
desse meu lado engraçado.
Folha - Como está sua relação
com Almodóvar, o outro cineasta
com quem rodou vários filmes?
Banderas - Ele me fez críticas
chatas, coisas sobre meu trabalho
em Hollywood. Mas isso passou e
somos novamente bons amigos.
Folha - Por que você acha que,
depois de décadas sem um ícone latino, está havendo agora essa explosão em Hollywood?
Banderas - Porque, em uma
mesma época, o cinema americano foi inundado por atores latinos
de primeira grandeza: Penélope
[Cruz", Javier [Bardem", Salma
[Hayek". Nosso sotaque, antes
considerado irritante, hoje é, para
eles, fascinante.
Folha - E o projeto do filme do
Senna?
Banderas - Está na lista, mas
mais para o ano que vem. Michael
Mann (que deve dirigir e está filmando "Ali") quer um filme sem
corridas em exagero, nada de
ação pura, apenas o perfil de um
campeão.
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