|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MORUMBIFASHION BRASIL
Estilistas desfilam elegância, sexo e suavidade
ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
A sétima edição do MorumbiFashion Brasil começou anteontem com o pé direito: bons desfiles; instalações adequadas no pavilhão Manoel da Nóbrega (parque Ibirapuera, zona sudoeste de
São Paulo); o charme de um domingo chuvoso na cidade e o glamour que pede o mundo da moda. O evento mostra até amanhã
as coleções de 17 marcas para a
primavera-verão 99/2000.
Kate Moss, a modelo inglesa
trazida pela Ellus para desfile e
campanha, foi uma cereja no sorvete de coco servido pela confecção. Nem precisava dela para a
boa apresentação que fez. Finalmente a marca assume a vocação
jeanswear e, sem medo de ser feliz, mostra o que sabe fazer melhor: básico e jeans, tendo o branco como linha mestra.
Sobre uma rua de asfalto com
luz amarela imitando faróis de
carros, modelos sensuais e seguras mostraram dezenas de combinações e lavagens. Babadinhos,
batas e looks combinações em
branco, bege e florzinhas transportaram acertadamente a linguagem das roupas de criança para a vida urbana. A Ellus voltou
mais "groovy".
A M.Officer, por sua vez, fez a
melhor apresentação de sua vida.
Funcionou o formato happening
proposto pelo artista plástico Nelson Leirner, que colocou o camarim na passarela, revelado, assim,
sem paredes. Microfones junto às
araras traziam o burburinho das
modelos, servindo de trilha.
"O espetáculo aconteceu dentro
do esperado, que era desglamourizar esse mundo da moda. A moda não é mais moda. São dois momentos, os camarins e o momento das luzes, da passarela. A gente
tenta dar uma consciência, dar à
sociedade um ponto de vista mais
abrangente desse universo", disse
o artista, depois da apresentação.
Funcionaram com mais correção as modelagens (mais suaves)
e os cortes dos tecidos sintéticos e
diferenciados da marca, resultando em vestidos sempre sexy, curtinhos ou longos com muitas costas nuas. Os esportivos vêm bem,
com a jaqueta branca canguru em
neoprene ou a transparente com
filetes metálicos. No masculino,
destacam-se a beleza de Cassio
Reis e as bermudas de náilon militar, agora, sim, usáveis.
Alexandre Herchcovitch fez um
desfile suave, com muito branco,
um pouco de preto e vermelho, e
muito salmão. "As pessoas têm
muito preconceito com essa cor e
eu nunca imaginei que eu pudesse usá-la", explicou o estilista.
Formas retas e geométricas se
opõem às arredondadas, sinuosas. "É como se eu vestisse cubos
ou losangos", define. A imagem
de moda mostra evolução e mais
maturidade. É depurada, andrógina, com grandes momentos fashion como a blusa-flor de 20
enormes pétalas de tule branco
usadas com calça reta de cavalaria, que garante o movimento.
Gravatas de lírios, golas e colarinhos avulsos completam os looks
que brincam com o registro de
roupa social em cambraia de algodão e linho. O látex que é marca
do criador vem impecável, em
blusas fluidas e -incrível- calça
retangular cru e efeito treliça.
A Equilíbrio fez o primeiro desfile do dia, numa apresentação
correta, cheia de frescor -ideal
para a mulher que busca sensualidade com discrição. A leveza dos
tecidos naturais (algodão, linho e
seda) traduzem bem a imagem,
em branco, laranja, turquesa e o
rosa, combinados. Shorts e calças
amplas, de cintura baixa, combinadas com tops leves, mostram
elegância.
Desfiles de hoje: 11h30 - Reinaldo
Lourenço - sala verde; 15h - G (clientes)
-MAM; 15h30 - G (imprensa) - MAM; 19h
-Forum - sala amarela; 21h - Zapping
(supermercado Pão de Açúcar, av.
Ibirapuera, 3.068); somente para
convidados
Colaboraram Cesar Fassina e Ronald Villardo, free-lance para a Folha.
Texto Anterior: Arnaldo Jabor: Sexo no Brasil virou show iluminado Próximo Texto: Ela não mostra o bumbum Índice
|