São Paulo, Terça-feira, 06 de Julho de 1999
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MORUMBIFASHION BRASIL
Estilistas desfilam elegância, sexo e suavidade

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

A sétima edição do MorumbiFashion Brasil começou anteontem com o pé direito: bons desfiles; instalações adequadas no pavilhão Manoel da Nóbrega (parque Ibirapuera, zona sudoeste de São Paulo); o charme de um domingo chuvoso na cidade e o glamour que pede o mundo da moda. O evento mostra até amanhã as coleções de 17 marcas para a primavera-verão 99/2000.
Kate Moss, a modelo inglesa trazida pela Ellus para desfile e campanha, foi uma cereja no sorvete de coco servido pela confecção. Nem precisava dela para a boa apresentação que fez. Finalmente a marca assume a vocação jeanswear e, sem medo de ser feliz, mostra o que sabe fazer melhor: básico e jeans, tendo o branco como linha mestra.
Sobre uma rua de asfalto com luz amarela imitando faróis de carros, modelos sensuais e seguras mostraram dezenas de combinações e lavagens. Babadinhos, batas e looks combinações em branco, bege e florzinhas transportaram acertadamente a linguagem das roupas de criança para a vida urbana. A Ellus voltou mais "groovy".
A M.Officer, por sua vez, fez a melhor apresentação de sua vida. Funcionou o formato happening proposto pelo artista plástico Nelson Leirner, que colocou o camarim na passarela, revelado, assim, sem paredes. Microfones junto às araras traziam o burburinho das modelos, servindo de trilha.
"O espetáculo aconteceu dentro do esperado, que era desglamourizar esse mundo da moda. A moda não é mais moda. São dois momentos, os camarins e o momento das luzes, da passarela. A gente tenta dar uma consciência, dar à sociedade um ponto de vista mais abrangente desse universo", disse o artista, depois da apresentação.
Funcionaram com mais correção as modelagens (mais suaves) e os cortes dos tecidos sintéticos e diferenciados da marca, resultando em vestidos sempre sexy, curtinhos ou longos com muitas costas nuas. Os esportivos vêm bem, com a jaqueta branca canguru em neoprene ou a transparente com filetes metálicos. No masculino, destacam-se a beleza de Cassio Reis e as bermudas de náilon militar, agora, sim, usáveis.
Alexandre Herchcovitch fez um desfile suave, com muito branco, um pouco de preto e vermelho, e muito salmão. "As pessoas têm muito preconceito com essa cor e eu nunca imaginei que eu pudesse usá-la", explicou o estilista.
Formas retas e geométricas se opõem às arredondadas, sinuosas. "É como se eu vestisse cubos ou losangos", define. A imagem de moda mostra evolução e mais maturidade. É depurada, andrógina, com grandes momentos fashion como a blusa-flor de 20 enormes pétalas de tule branco usadas com calça reta de cavalaria, que garante o movimento.
Gravatas de lírios, golas e colarinhos avulsos completam os looks que brincam com o registro de roupa social em cambraia de algodão e linho. O látex que é marca do criador vem impecável, em blusas fluidas e -incrível- calça retangular cru e efeito treliça.
A Equilíbrio fez o primeiro desfile do dia, numa apresentação correta, cheia de frescor -ideal para a mulher que busca sensualidade com discrição. A leveza dos tecidos naturais (algodão, linho e seda) traduzem bem a imagem, em branco, laranja, turquesa e o rosa, combinados. Shorts e calças amplas, de cintura baixa, combinadas com tops leves, mostram elegância.


Desfiles de hoje: 11h30 - Reinaldo Lourenço - sala verde; 15h - G (clientes) -MAM; 15h30 - G (imprensa) - MAM; 19h -Forum - sala amarela; 21h - Zapping (supermercado Pão de Açúcar, av. Ibirapuera, 3.068); somente para convidados


Colaboraram Cesar Fassina e Ronald Villardo, free-lance para a Folha.


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