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Documentário
Obra narra história do cinema iraniano
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Nem Abbas Kiarostami, nem
Mohsen Makhmalbaf. O responsável pelo marco inicial do
realismo iraniano é Dariush
Mehrjui, com "A Vaca" (1969),
que se ambienta em um povoado pobre no auge da propaganda da "revolução branca", o fracassado projeto de modernização do país pela ditadura do xá
Mohammad Reza Pahlevi.
O impacto dos 25 anos de Pahlevi no poder e a repressão
movida pela revolução islâmica
que o derrubou (1979) estão no
centro do documentário britânico "Cinema Iraniano"
(2002). Ao primeiro, não interessava a representação da miséria. À segunda, o cinema.
Salas foram incendiadas por
radicais, e cerca de 400 pessoas
morreram no mais grave dos
incidentes, em Abadan. Entrevistas com Mehrjui, Kiarostami, Bahram Beizai e Jafar Panahi reconstituem a retomada da produção e a luta contra a
censura (da qual decorreu, diz
Panahi, a opção por filmes sobre crianças). Os quatro falam
ainda de seus principais filmes
e revelam influências do neo-realismo italiano, de Sergei Eisenstein e de D. W. Griffith.
Reverente no tratamento aos
diretores, o documentário associa o futuro do cinema iraniano ao êxito do atual movimento
reformista que defende liberdade de expressão, igualdade
de direitos para as mulheres e
separação entre igreja e Estado.
CINEMA IRANIANO
Quando: hoje, às 23h
Onde: Film & Arts
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