São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2007

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Documentário

Obra narra história do cinema iraniano

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Nem Abbas Kiarostami, nem Mohsen Makhmalbaf. O responsável pelo marco inicial do realismo iraniano é Dariush Mehrjui, com "A Vaca" (1969), que se ambienta em um povoado pobre no auge da propaganda da "revolução branca", o fracassado projeto de modernização do país pela ditadura do xá Mohammad Reza Pahlevi.
O impacto dos 25 anos de Pahlevi no poder e a repressão movida pela revolução islâmica que o derrubou (1979) estão no centro do documentário britânico "Cinema Iraniano" (2002). Ao primeiro, não interessava a representação da miséria. À segunda, o cinema.
Salas foram incendiadas por radicais, e cerca de 400 pessoas morreram no mais grave dos incidentes, em Abadan. Entrevistas com Mehrjui, Kiarostami, Bahram Beizai e Jafar Panahi reconstituem a retomada da produção e a luta contra a censura (da qual decorreu, diz Panahi, a opção por filmes sobre crianças). Os quatro falam ainda de seus principais filmes e revelam influências do neo-realismo italiano, de Sergei Eisenstein e de D. W. Griffith.
Reverente no tratamento aos diretores, o documentário associa o futuro do cinema iraniano ao êxito do atual movimento reformista que defende liberdade de expressão, igualdade de direitos para as mulheres e separação entre igreja e Estado.


CINEMA IRANIANO
Quando:
hoje, às 23h
Onde: Film & Arts


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