São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2008

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Crítica

Cineastas fazem contraponto com ambigüidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Match Point - Ponto Final" (P&A, 22h e 1h; não recomendado para menores de 14 anos) é um desses filmes em que Woody Allen cativa a platéia menos por um êxito cinematográfico do que pela manipulação hábil de alguns dados exteriores à mise-en-scène.
No caso, a filmagem britânica, o fato de realizar um filme "noir" ou quase isso, à sombra de Dostoiévski -tudo serve para dar ao filme uma credibilidade intelectual segura. A verdade é que muitos o admiram bem mais do que eu.
"Anatomia de um Crime" (TCM, 23h45; classificação indicativa não informada), de Otto Preminger, é um filme de tribunal. Lembra bastante o Barbet Schroeder de "O Reverso da Fortuna": o que é próprio da maior parte dos atos humanos, em particular os que terminam na Justiça, é a ambigüidade.
Talvez seja esse ponto que não interessa a Woody Allen nas aventuras do ex-tenista, mais disposto a subir na vida do que a guardar algum escrúpulo, enquanto é nele que Otto Preminger parece investir.


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