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Crítica
Cineastas fazem contraponto com ambigüidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Match Point - Ponto Final" (P&A, 22h e 1h; não recomendado para menores de 14
anos) é um desses filmes em
que Woody Allen cativa a platéia menos por um êxito cinematográfico do que pela manipulação hábil de alguns dados
exteriores à mise-en-scène.
No caso, a filmagem britânica, o fato de realizar um filme
"noir" ou quase isso, à sombra
de Dostoiévski -tudo serve para dar ao filme uma credibilidade intelectual segura. A verdade é que muitos o admiram
bem mais do que eu.
"Anatomia de um Crime"
(TCM, 23h45; classificação indicativa não informada), de Otto Preminger, é um filme de tribunal. Lembra bastante o Barbet Schroeder de "O Reverso
da Fortuna": o que é próprio da
maior parte dos atos humanos,
em particular os que terminam
na Justiça, é a ambigüidade.
Talvez seja esse ponto que
não interessa a Woody Allen
nas aventuras do ex-tenista,
mais disposto a subir na vida
do que a guardar algum escrúpulo, enquanto é nele que Otto
Preminger parece investir.
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