São Paulo, sábado, 06 de agosto de 2011 |
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Longa sobre comunista é interrompido Com orçamento de R$ 3,9 milhões, filme de Cláudio Barroso foi suspenso em 2009; Ancine abrirá inspeção Nos bastidores, críticos falam em má gestão; diretor diz que há ranço da iniciativa privada com tema comunista DE SÃO PAULO A vida do militante comunista Gregório Bezerra começou a ser filmada para virar um longa-metragem. "História de um Valente", do cineasta Cláudio Barroso, teve as primeiras locações em 2009, em Pernambuco, mas foi interrompido no mesmo ano e continua parado. Duas mortes e muita especulação rondam o projeto. O filme captou recursos pela Lei do Audiovisual e via Funcultura, programa estatal pernambucano de renúncia fiscal. Foi contemplado em edital da Petrobras e tem verba do BNDES, da companhia energética regional e da Prefeitura do Recife. Segundo a Ancine, foi aprovado um orçamento de R$ 3,9 milhões, dos quais R$ 1,25 milhão foi liberado. Nos bastidores do cinema recifense, diz-se que a má gestão dos recursos seria o maior motivo da interrupção. Barroso a atribui a um "ranço" com comunistas que ainda existiria na iniciativa privada ("Nos governos o projeto foi muito bem, mas não se consegue fazer cinema só com dinheiro do Estado") e a duas fatalidades, as mortes do produtor do longa e de um motorista da equipe. Vindo do Rio -a contratação de profissionais de fora foi outro alvo dos críticos do projeto-, o motorista Alfredo Pereira Lamego Júnior, o Rato, morreu num acidente de carro durante as filmagens. A equipe ficou abalada. Em 2010, já com o projeto parado, o produtor Germano Coelho Filho (filho do ex-prefeito de Olinda Germano Coelho) morreu, segundo o diretor, de uma doença até hoje desconhecida. O projeto estava em nome da produtora de Coelho Filho. "História de um Valente" seria o primeiro longa de Barroso, paulista radicado no Recife que já dirigiu curtas como "O Mundo É uma Cabeça", com Chico Science (em parceira com Bidu Queiroz). O elenco do longa tem Francisco Carvalho (que representa Gregório), Tuca Andrada, Hermila Guedes e Magdale Alves, entre outros. A Ancine informa que, como se esgotou o prazo para conclusão do projeto (24 meses após a primeira liberação) e não foi solicitada a prorrogação, o processo foi enviado para a coordenação de prestação de contas, onde será aberta inspeção. Barroso diz que vai prestar contas e resolver burocracias antes de retomar o filme, mas afirma que vai concluí-lo. Segundo a Folha apurou, o governo de Pernambuco tem disposição a auxiliar na retomada do projeto. Gregório foi próximo de Miguel Arraes (1916-2005), avô do governador Eduardo Campos (PSB). (FABIO VICTOR) Texto Anterior: Poema Próximo Texto: Militante sempre foi celebrado por intelectuais de esquerda Índice | Comunicar Erros |
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