São Paulo, sábado, 06 de agosto de 2011

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Memorial faz troca na presidência para acolher ex-deputado

Tucano Antonio Carlos Pannunzio deverá substituir Fernando Leça à frente do centro cultural paulistano

Político diz que convite para assumir cargo veio do governador Geraldo Alckmin; conselho do museu terá de aprovar

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Deve renunciar em breve a seu cargo o presidente do Memorial da América Latina, Fernando Leça, abrindo caminho para a posse do ex-deputado tucano Antonio Carlos Pannunzio para o posto.
Pannunzio, que não se reelegeu deputado estadual pelo PSDB, afirmou à Folha que foi convidado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para substituir Leça, que está há seis anos na direção do centro e cujo mandato vigoraria até março de 2013.
Segundo Pannunzio e o presidente do conselho do Memorial, Almino Affonso, Leça, que não quis comentar o caso quando procurado pela Folha, já manifestou sua intenção de deixar o cargo.
A decisão levanta polêmica no meio por substituir a gestão atual para acomodar um aliado político do governador que ficou sem mandato. Mas Pannunzio ressalta que a escolha de Alckmin, ainda não confirmada pelo governo, terá de passar pela aprovação dos conselheiros.
"Isso não passa por cima [do conselho], não estou nomeado, mas o governador tem todo o direito de manifestar a preferência dele", diz Pannunzio. "Alguém no conselho deve propor uma lista tríplice com o meu nome."
De acordo com o estatuto do Memorial, o presidente da fundação é escolhido pelo governador a partir de uma lista de três nomes elaborada pelos conselheiros. Mas nenhuma reunião está marcada ainda para deliberar sobre a troca da presidência.
Outro ponto polêmico é uma possível mudança de foco do Memorial, que passaria, sob Pannunzio, a focar menos em cultura e mais em assistência a comunidades de imigrantes latino-americanos vivendo em São Paulo.
Na mesma linha, o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, membro do conselho do Memorial, disse à Folha que o centro deveria fazer "debates sobre questões latino-americanas" e que "é natural que haja substituição de conselhos, presidências".
Pannunzio, no entanto, nega que já tenha planos concretos para sua gestão. "Lamento essa conotação de que eu vou atentar contra a cultura", diz o ex-deputado. "Não preparei nenhuma plataforma, não estou pondo o carro na frente dos bois."


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