São Paulo, quarta, 6 de agosto de 1997.



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CINEMA
Ator, que já foi predileto de Altman, chega no próximo dia 11
Elliott Gould é uma das estrelas do 25º Festival de Gramado

AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas

O 25º Festival de Cinema Latino e Brasileiro de Gramado já tem sua estrela: o nada latino mas muito cinematográfico Elliott Gould.
Às vésperas de completar 59 anos, o ex-astro predileto de Robert Altman vem ao festival apresentar "Hotel Shanghai", de Peter Patzak, programada para a noite de encerramento. Gramado 97 começa na sexta e vai até o próximo dia 16.
O judeu nova-iorquino Elliott Gould chega a Gramado no dia 11, acompanhado do filho Jason, 30, também ator ("O Príncipe das Marés", 1991) e diretor ("Inside Out", 1997), fruto de seu casamento com Barbra Streisand.
O auge da carreira de Gould foi o princípio dos anos 70. O ator estreou nas telas em "Quick, Let's Get Married" (1964), de William Dieterle. Explodiu em "Bob, Carol, Ted and Alice" (1969), uma comédia de Paul Mazursky sobre a revolução sexual nos EUA.
O filme seguinte acabaria de cristalizá-lo como um dos símbolos cinematográficos da contracultura: "MASH" (1970), o corrosivo retrato de uma trupe de médicos norte-americanos em plena guerra da Coréia. A parceria com Altman funcionaria mais quatro vezes.
Elliott compõe o mais estranho Philip Marlowe do cinema em "O Perigoso Adeus" (1973).
Há muito de autobiográfico em seu compulsivo Charlie, de "Jogando com a Sorte" (1974). A máscara cai de vez em "Nashville" (1976) e em "O Jogador" (1993) -em ambos, Elliott interpreta a si próprio.
Entre um e outro Altman, rodou com Ingmar Bergman o subestimado "A Hora do Amor" (1973).
Nele, Gould desestabiliza o casamento de Bibi Andersson e Max Von Sydow. Só o fato de encarar o duelo com esse par dá a dimensão de seu talento.
Depois de Altman e Bergman, é um longo caminho ladeira abaixo. A carreira não pára, mas os bons papéis desaparecem. As pontas mais marcantes são em "Bugsy", de Barry Levinson, e em "Johns", de Scott Silver.
Seu último trabalho estreou na TV norte-americana em abril: a versão em telessérie que Stephen King rodou para seu "O Iluminado", ainda descontente com a obra-prima de Stanley Kubrick.



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