|
Texto Anterior | Índice
CINEMA
Ator, que já foi predileto de Altman, chega no próximo dia 11
Elliott Gould é uma das estrelas
do 25º Festival de Gramado
AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas
O 25º Festival de Cinema Latino e
Brasileiro de Gramado já tem sua
estrela: o nada latino mas muito cinematográfico Elliott Gould.
Às vésperas de completar 59
anos, o ex-astro predileto de Robert Altman vem ao festival apresentar "Hotel Shanghai", de Peter Patzak, programada para a noite de encerramento. Gramado 97
começa na sexta e vai até o próximo dia 16.
O judeu nova-iorquino Elliott
Gould chega a Gramado no dia 11,
acompanhado do filho Jason, 30,
também ator ("O Príncipe das
Marés", 1991) e diretor ("Inside
Out", 1997), fruto de seu casamento com Barbra Streisand.
O auge da carreira de Gould foi o
princípio dos anos 70. O ator estreou nas telas em "Quick, Let's
Get Married" (1964), de William
Dieterle. Explodiu em "Bob, Carol, Ted and Alice" (1969), uma
comédia de Paul Mazursky sobre a
revolução sexual nos EUA.
O filme seguinte acabaria de cristalizá-lo como um dos símbolos
cinematográficos da contracultura: "MASH" (1970), o corrosivo
retrato de uma trupe de médicos
norte-americanos em plena guerra
da Coréia. A parceria com Altman
funcionaria mais quatro vezes.
Elliott compõe o mais estranho
Philip Marlowe do cinema em "O
Perigoso Adeus" (1973).
Há muito de autobiográfico em
seu compulsivo Charlie, de "Jogando com a Sorte" (1974). A
máscara cai de vez em "Nashville" (1976) e em "O Jogador"
(1993) -em ambos, Elliott interpreta a si próprio.
Entre um e outro Altman, rodou
com Ingmar Bergman o subestimado "A Hora do Amor" (1973).
Nele, Gould desestabiliza o casamento de Bibi Andersson e Max
Von Sydow. Só o fato de encarar o
duelo com esse par dá a dimensão
de seu talento.
Depois de Altman e Bergman, é
um longo caminho ladeira abaixo.
A carreira não pára, mas os bons
papéis desaparecem. As pontas
mais marcantes são em "Bugsy",
de Barry Levinson, e em "Johns",
de Scott Silver.
Seu último trabalho estreou na
TV norte-americana em abril: a
versão em telessérie que Stephen
King rodou para seu "O Iluminado", ainda descontente com a
obra-prima de Stanley Kubrick.
Texto Anterior | Índice
|