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TELEVISÃO
Vice-presidente da emissora vai a Buenos Aires conhecer modelo de terceirização da produção de teledramaturgia
Band planeja produzir séries "à Argentina"
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da contratação de Marlene Mattos e dos recentes investimentos em programação, a Bandeirantes sabe: é difícil conquistar
uma audiência grande e fiel no
Brasil sem teledramaturgia.
O canal -que já exibiu novelas
bem-sucedidas como "Os Imigrantes" (1981/82), de Benedito
Ruy Barbosa, e "Meu Pé de Laranja Lima" (80/81), de Ivani Ribeiro- planeja voltar ao segmento.
Para começar, estuda exibir minisséries ou "sitcoms" (séries cômicas) a partir do próximo ano.
Como o custo desses produtos
não costuma ser baixo, Marcelo
Parada, vice-presidente da Band,
viaja nos próximos dias à Argentina a fim de buscar uma alternativa mais barata de produção.
É crescente nas emissoras do
país vizinho o modelo de terceirização, já consagrado nos EUA e
na Europa e ainda incipiente no
Brasil. As TVs argentinas compram prontas as novelas e séries,
o que pode reduzir as despesas.
Aqui, a Globo, "rainha" da teledramaturgia, concentra a elaboração das obras que exibe. Há raras experiências diferentes, como
a série "Cidade dos Homens", desenvolvida pela produtora do cineasta Fernando Meirelles.
Segundo o vice-presidente da
Band, hoje é muito caro manter
um elenco forte contratado. Além
disso, diz, quando um artista não
emplaca e sai do ar, a emissora
acaba obrigada a pagar seu salário
por anos, até acabar o contrato.
"Em televisão, os pagamentos são
altíssimos. Gente que acaba de começar já acha pouco receber R$
50 mil por mês", afirma Parada.
Com a terceirização, as produtoras independentes se responsabilizam pelas contratações e têm
metas de audiência a cumprir. Foi
o caso da parceria entre Record e
Casablanca em "Metamorphoses", fracasso no Ibope. Na opinião de Parada, o problema não
foi no esquema de produção, mas
no próprio enredo da novela.
Era Marlene
Na semana passada, a Band
anunciou mudanças na programação. Nesta quarta, entra no ar
"Tá na Mão", competição na qual
15 pessoas têm de manter uma
das mãos num carro para levá-lo
para casa. A disputa será no shopping SP Market (São Paulo), apresentada por Otávio Mesquita.
No próximo dia 20, estréia o jornalístico "60 Minutos", com Marcos Hummel. No mesmo dia, entram no ar as séries enlatadas
"Dragnet" e "Os Três Patetas".
Para outubro, é previsto o programa de perguntas e respostas
"Na Pressão" e um novo telejornal, no horário do almoço, com
José Luiz Datena. Ele continua no
policial "Brasil Urgente" e terá de
adiar o plano de comandar nova
versão do "Perdidos na Noite".
O primeiro produto da "era
Marlene Mattos" (diretora artística desde janeiro) foi "Caixa Preta", que estreou com cinco pontos
de média, mas caiu para dois.
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