da Sucursal de Brasília

O Oscar brasileiro vai se chamar Grande Otelo. Diferentemente do nome do prêmio americano de cinema, o do Brasil vai homenagear uma pessoa conhecida e real, o ator Sebastião Bernardes de Souza Prata, famoso com o apelido de Grande Otelo.
Há um concurso público para a escolha da estatueta que será entregue aos vencedores. Até o dia 15, o Ministério da Cultura recebe projetos para o troféu.
Uma comissão julgadora está escolhendo os cinco finalistas para cada uma das sete categorias mais importantes (filme de longa-metragem brasileiro, filme de longa-metragem estrangeiro, diretor, ator, atriz, minissérie para TV e programa cultural para TV).
Ela se reuniu ontem em Brasília e tem até o dia 10 para terminar seu trabalho. Uma cédula com os nomes dos finalistas em cada categoria será enviada a 400 integrantes de um colégio eleitoral.
Os nomes dos vencedores serão conhecidos em 1º de fevereiro, em festa no Teatro Municipal do Rio.
Concorrem à premiação, sem necessidade de inscrição, todos os filmes que estrearam no país entre 1º de novembro de 1998 e 31 de outubro de 1999. O Ministério da Cultura vai promover sessões especiais para os eleitores poderem assistir a todos os finalistas.
A comissão vai escolher os vencedores de nove categorias que não terão os vencedores eleitos pelo colégio eleitoral. Elas são: montagem, documentário, curta-metragem, filme de animação, vídeo, roteiro, trilha sonora, fotografia e lançamento de cinema.
O Ministério da Cultura tem esperança de que o Prêmio Grande Otelo venha a se converter em algo tão importante para o cinema brasileiro como é o Oscar para o cinema norte-americano.
Criado em 1927, chamado apenas de "estatueta", o troféu concebido por Cedric Gibbons se transformou no principal objeto de cobiça da indústria cinematográfica em todo o mundo (inclusive no Brasil, que não ganhou nenhum, embora este ano tenha tido pela primeira vez uma representante como finalista em uma das categorias principais, a atriz Fernanda Montenegro).
O nome Oscar tem origem obscura. Passou a ser usado a partir de 1931. A versão mais conhecida é a de que a bibliotecária da Academia de Artes de Hollywood, que entrega os troféus, Margaret Herrick, dizia que a imagem na estatueta a fazia recordar de seu tio, Oscar Pierce, um empresário.
Grande Otelo (1915-1993) foi um dos mais famosos humoristas brasileiros. Seu período de maior popularidade ocorreu nas décadas de 40 e 50, quando atuou em dupla com Oscarito. Grande Otelo também fez papéis sérios, como no filme "Lúcio Flávio - O Passageiro da Agonia".
(CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA)


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