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Sid Vicious, baixista do Sex Pistols, com amigas, em outubro de 1976

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local


"Vacant: A Diary of the Punk Years 1976-79" consegue, 20 anos depois do furacão punk, mostrar fatos e fotos que ainda permaneciam inéditos. Lançado nos EUA e Inglaterra, é obrigatório para quem pretende descobrir como aqueles moleques de calças remendadas com alfinetes mudaram o curso do rock.
Quem escreve e fotografa entende do assunto. Nils Stevenson foi contratado pelo empresário Malcolm McLaren, criador dos Sex Pistols, para cuidar das turnês do grupo. O que significava guiar a van, ajudar a carregar as malas e ficar ao lado da primeira banda punk inglesa nas inevitáveis brigas de rua. Seu irmão, Ray Stevenson, era fotógrafo free-lancer.
Nils fez um breve diário, que praticamente serve de legendas para as fotos de Ray. Entre os ineditismos estão fotos do primeiro show dos Pistols, em 1976, e cenas de palco e bastidores da famosa turnê britânica dos Pistols com o Clash e os Heartbreakers, marco histórico do movimento.
Há uma foto de um show dos Pistols em que é possível ver Chrissie Hynde delirando na primeira fila, anos antes de formar o Pretenders. Em outro clique, Ray fotografa o irmão Nils na praia com a namorada, a rainha gótica Siouxsie, torrando sob o sol.
Quanto aos textos, o testemunho de Nils ganha mais importância porque, a cada ano, a tendência de quem não viu a explosão punk ao vivo é dourar o movimento. Nos relatos do autor e em vários depoimentos dos personagens, é possível ver como o punk sofreu pressões de todos os lados e não conseguia deixar seu gueto. Só anos depois, diluído pela mídia, o punk seria aceito no planeta. Mas os primeiros anos, a verdadeira luta musical anarquista, está nesse período muito bem registrado pelos irmão Stevenson.

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